A frustração de Lara Teixeira e Nayara Figueira foi visível após a nota do dueto dos Estados Unidos ser anunciada nesta quinta-feira, no Centro Aquático Scotiabank. Novamente ultrapassadas pelas americanas - que somaram 179,463 para ficar com a prata - as meninas do nado sincronizado do Brasil admitiram que o grande objetivo para o Pan-Americano de Guadalajara era superar as rivais. Para isso, aceleraram a coreografia, deixando a série, na opinião delas mesmas, mais difícil que a das principais adversárias.
"A coreografia delas (americanas) era um pouco mais fácil, mas elas executaram muito bem", disse Nayara. "Então a gente vai voltar para o Brasil, analisar os vídeos e ver o que falta para tirar essa diferença, incrementar. A gente vai começar uma coreografia nova para o ano que vem, já vai montar nossa coreografia pensando no que elas têm de bom e no que a gente tem de bom. Vamos tentar juntar tudo isso".
Para Lara Teixeira, o diferencial do dueto americano formado por Mary Killman e Mariya Koroleva é que os movimentos, apesar de mais simples, são executados quase à perfeição. Já as brasileiras apostaram em uma coreografia em ritmo mais intenso, com muitas manobras complicadas, na tentativa de somar mais pontos diante dos juízes.
"São estratégias diferentes, elas pegam movimentos mais fáceis e com isso é muito mais fácil sincronizar, muito mais fácil botar altura", lamentou Lara. "E a gente é o contrário, a gente partiu para o ataque mesmo, muita coreografia, muito forte. Não sei, talvez os árbitros tenham achado que a gente não executou tão bem quanto elas. Mas a gente se sentiu muito bem, deu o nosso melhor, e isso é o que importa".
Medalhistas de bronze com a pontuação geral de 177,413 (somando a rotina técnica, executada na terça-feira, e a livre, realizada nesta quinta), Lara e Nayara continuam com uma meta claramente traçada para um futuro próximo: alcançar a dupla dos Estados Unidos. A medalha de ouro ficou com o Canadá, que "sobrou" com a nota de 188,988.
"A gente está mostrando que está chegando, a diferença hoje (rotina livre) já foi bem menor do que a diferença na outra rotina (técnica). Então a gente está chegando e na próxima competição a gente vai pegar elas", prometeu Nayara, logo complementada pela companheira: "nado sincronizado é isso mesmo, é um pouquinho no pé delas. Um dia a gente passa".