POLÍTICA

Moraes ordenou apreensão de armas e passaporte de Bolsonaro, mas PF não recolheu o documento

Passaporte não foi apreendido porque coube à PF decidir o que seria de interesse da investigação

Por GABRIEL MANSUR
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Publicado em 03/05/2023 às 20:56

Alterado em 03/05/2023 às 23:45

Alexandre de Moraes Foto: Nelson jr./STF

Não foi apenas o celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que foi apreendido pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também especificou que as armas e passaportes deveriam ser recolhidos pela PF. O STF informou, entretanto, que o documento não foi apreendido, porque coube à PF decidir o que seria de interesse da investigação.

Em sua decisão, Moraes determinou "a busca e apreensão de armas, munições, computadores, passaporte, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos aqui descritos". A mesma medida foi determinada em relação a outros 15 investigados.

Em entrevista nesta quarta-feira à Jovem Pan, Bolsonaro confirmou que policiais apreenderam uma pistola sua.

- Houve a apreensão de uma pistola minha. Eu falei com a PF que não posso ficar dentro da minha casa desarmado, não é seguro - afirmou.

A busca e apreensão foi determinada tanto para os seis alvos de ordem de prisão preventiva - entre eles, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e os demais assessores - quanto para outros investigados, como Bolsonaro, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), o ex-vereador Marcello Siciliano, entre outros.

A operação "Venire” investiga possível fraude em cartões de vacinação, incluindo os de Bolsonaro e da filha, Laura. As inserções de dados falsos sobre as vacinas teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, segundo a PF. A suspeita é que os certificados de vacinação foram adulterados para driblar as regras sanitárias impostas pelos Estados Unidos.

A Polícia Federal apontou indícios de que os envolvidos teriam cometido crimes como o de associação criminosa, falsidade ideológica e corrupção de menores. A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi contra a busca e apreensão na casa de Bolsonaro em Brasília, mas o ministro Alexandre de Moraes decidiu autorizá-la a pedido da PF.