POLÍTICA

Psiquiatra diz que transferência de Torres para hospital penitenciário não é necessária: 'Bom estado geral'

Médico afirma que ex-ministro da Justiça está sendo mantido em condições adequadas e contraria argumentos da defesa

Por GABRIEL MANSUR
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Publicado em 02/05/2023 às 20:50

Alterado em 02/05/2023 às 21:34

O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres Foto: reprodução

Em laudo encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres está em "bom estado geral, consciente, atento e colaborativo". O laudo apresentado ao STF pela Polícia Militar do DF (PMDF) aponta que as instalações do Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), onde Torres está detido desde 14 de janeiro, “parecem adequadas para o estado atual de saúde mental” do ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do DF.

O médico que atendeu Torres, no dia 30 de abril, disse que o ex-ministro negou ideação suicida. A conclusão vai na contramão do que alegou a defesa, que argumentou, em dois pedidos de soltura no mês passado, que havia risco de suicídio em razão de problemas psiquiátricos agravados na prisão.

"Seu pensamento está agregado e organizado, com fluidez aparentemente normal, sem evidências de alteração da sensopercepção. Seu humor encontra-se hipotímico e ansioso, com labilidade emocional constante, principalmente ao falar da família", diz o texto.

"Refere crises de ansiedade diárias, mas nega desejo de morte e ideação suicida. As medicações foram ajustadas com a intenção de melhor controle do humor e das crises de ansiedade", prossegue o documento entregue à Corte, datado do último dia 30 de abril.

O laudo é assinado por um psiquiatra da Gerência de Serviços da Atenção Primária na Prisão. O profissional relatou que o caso exige acompanhamento frequente. Como resposta, a PMDF informou ao STF que Torres tem quatro refeições ao dia, vigilância 24 horas, assistência médica com psiquiatra e assistência religiosa.

 

Entenda

A defesa de Anderson Torres apresentou ao Supremo Tribunal Federal um laudo em abril alegando que "vem aumentando o risco de tentativa de autoextermínio" e, com o objetivo de "conter essas crises e prevenção de suicídio", indicou a internação domiciliar de Anderson Torres, para melhorar os chamados "fatores protetores de prevenção."

Ao avaliar o pedido, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) do DF uma avaliação sobre a necessidade e as condições de transferência do ex-ministro ao hospital psiquiátrico do Complexo Prisional da Papuda, no DF.