POLÍTICA

Eleições 2022: o crescimento da ‘bancada animal’ na Câmara dos Deputados

No Brasil, cerca de 140 milhões de cães, gatos, peixes, aves, répteis e pequenos mamíferos estão nos domicílios como animais de estimação. Segundo a pesquisa do Instituto Pet Brasil, a maioria destes bichos é de cachorros (54,2 milhões) e felinos (23,9 milhões), num total de 78,1 milhões

Por POLÍTICA JB
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Publicado em 23/09/2022 às 11:22

Alterado em 23/09/2022 às 11:24

Candidatos pela causa da proteção animal: Felipe Becari, Flávio Ganem, delegado Bruno Lima, Ricardo Izar, Fred Costa, Kátia Dias, Carol Midori, delegado Antonio Furtado e Diego Libardi Fotos: divulgação

O crescimento dos votos em candidatos da proteção animal está evidenciando a formação de uma nova bancada na Câmara dos Deputados, em Brasília. As apostas são para quais serão os nomes escolhidos nas urnas na região Sudeste, advindos da causa animal, um dos mais fortes redutos de deputados estaduais com trabalhos que se destacam nas políticas públicas pelos bichos.

No Brasil, cerca de 140 milhões de cães, gatos, peixes, aves, répteis e pequenos mamíferos estão nos domicílios como animais de estimação. Segundo a pesquisa do Instituto Pet Brasil, a maioria destes bichos é de cachorros (54,2 milhões) e felinos (23,9 milhões), num total de 78,1 milhões.

Desses, 5% são Animais em Condição de Vulnerabilidade (ACV), o que representa 3,9 milhões de pets. A crescente necessidade por políticas públicas pelos animais está diretamente relacionada à quantidade de candidatos ligados à causa animal. A região Sudeste se destaca por avanços em leis estaduais, e um caminho tem se formado para a construção de uma bancada animal em Brasília.

Com a proximidade das eleições, começam a aparecer na internet e nos círculos sociais inúmeras propostas, projetos e ideias de programas para atender a diversas demandas de um Brasil cada vez mais inclusivo e diverso. E, neste meio, cresce a urgência por pautas que atendam também o meio ambiente e, mais recentemente, a proteção dos animais.

Analisando os candidatos a deputados federais na região sudeste, são muitos os que trabalham a questão ambiental, tema sempre em alta para a construção de um país mais sustentável. Porém, ainda são poucas as candidaturas que atendem a todos os pilares, principalmente, com a valorização e o respeito à causa animal, uma demanda que tem sido bastante crescente em todo o país.

No Rio de Janeiro, candidatam-se para ocupar cargos de deputados federais, ligados a essa bandeira, Flávio Ganem (Avante), que é ativista da causa animal, entre suas propostas, pretende conseguir punição mais severa para o comércio ilegal de animais. Esperando uma votação expoente, o delegado Antonio Furtado (PSL) concorre com o histórico de ocupar o cargo de coordenador do estado do Rio de Janeiro da defesa da causa animal, e vai trabalhar projetos que tramitam na casa que podem trazer mais justiça aos animais. Correndo por fora, outra candidata é a Carol Midori (Progressistas), a vereadora mais votada de Cabo Frio e criadora da primeira Comissão de Proteção Animal da Câmara da cidade.

Em São Paulo, Felipe Becari (União Brasil) é vereador e agora candidato a deputado federal. Presidente da CPI de Maus tratos aos Animais da Câmara Municipal de São Paulo, é responsável por um instituto que abriga mais de 750 animais. Outro candidato de destaque é Bruno Lima (Progressistas), deputado estadual e candidato a deputado federal. Autor do projeto de lei que obriga o autor de crime de maus-tratos a pagar despesas do resgate do animal em São Paulo. Autor também do PL que coloca a causa animal na grade curricular das escolas do estado. Ricardo Izar (Republicanos) foi eleito para o seu primeiro mandato como deputado federal em 2014. Participou da criação da Frente Parlamentar Mista no Congresso Nacional em Defesa dos Direitos Animais (2013) e da CPI sobre Maus Tratos na Câmara dos Deputados (2015).

Em Minas Gerais, Fred Costa (Patriota) foi deputado estadual por dois mandatos, e hoje ocupa a vaga de deputado federal. Agora, está na disputa pelo seu segundo mandato em Brasília. É autor da Lei Sansão. Outra postulante para a bancada animal é Kátia Dias (PSC), protetora animal com grande atuação no estado. Responsável por massificar a vacinação gratuita para cães e gatos, atendimento gratuito veterinário e principalmente por atuar nos programas de castração gratuito.

No Espírito Santo, o destaque capixaba é Diego Libardi (Republicanos), superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/ES) e membro da Comissão Estadual de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ES). Tem como uma de suas principais pautas a defesa da causa animal.

 

Estados evoluídos em políticas pelos animais

No Brasil, a primeira legislação relativa à crueldade contra os animais foi o Decreto 16.590, de 10 de setembro de 1924, que regulamentava as Casas de Diversões Públicas, proibindo as corridas de touro, rinhas de galos e de canários, e outras atividades que causassem qualquer sofrimento aos animais. Muito se evoluiu desde então, o que possibilitou o reconhecimento de nomes que trabalham pela causa animal, principalmente em âmbito estadual.

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