POLÍTICA
Vídeo: Irmão de petista assassinado por bolsonarista cobra presidente por mais empatia
Por JORNAL DO BRASIL com Diário do Centro do Mundo
Publicado em 13/07/2022 às 07:56
Alterado em 13/07/2022 às 08:01
O deputado federal Otoni de Paula atuou como emissário do presidente da República no encontro com os irmãos do pedista assassinado por um Bolsonarista, em Foz do Iguaçu Foto: reprodução
Caíque Lima - O irmão de Marcelo Arruda, petista assassinado por bolsonarista, cobrou Jair Bolsonaro por mais empatia. Ex-funcionário da Itaipu Nacional, Luiz Arruda disse ao presidente, durante ligação, que os diretores da estatal não enviaram uma coroa de flores ao enterro do irmão.
Bolsonarista, Luiz elogiou militantes de esquerda que compareceram ao velório de Marcelo e disse que eles se mostraram melhores “na hora do calor humano”. Ele afirmou ao presidente que o exemplo de empatia poderia inspirar a direita.
“Todo mundo sabe que sou favorável à sua causa. No enterro do meu irmão tinham 35 coroas de flores e a minha empresa, à qual eu me doei 35 anos, não mandou uma coroa de flores”, lamentou.
O irmão de Marcelo disse estar falando com o presidente como “um camarada” que “quer a continuação do governo”. “Nós temos vários diretores aqui nomeados pelo senhor e ninguém me ligou, mesmo sabendo que eu sou simpatizante do nosso lado. Isso me dói em particular”, prosseguiu.
A cobrança ocorreu durante a ligação do presidente aos irmãos de Marcelo Arruda que ocorreu nesta terça (12). Por intermédio do deputado federal Otoni de Paula, o presidente conversou com irmãos da vítima por videochamada.
Bolsonaro liga para família de petista assassinado e reclama que imprensa põe culpa em seu colo
Sofia Carnavalli - O presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou nesta terça-feira (9) com os irmãos do guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, assassinado a tiros pelo policial bolsonarista Jorge Guaranho, em sua própria festa de aniversário no último sábado (9).
A conversa aconteceu por videochamada e foi intermediada pelo deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que viajou até a cidade a pedido do presidente. José e Luís são apoiadores de Bolsonaro.
Em suas falas, o chefe do Executivo chega a convidá-los para um encontro no Palácio do Planalto e para realizarem uma coletiva à imprensa em Brasília.
“A possível vinda de vocês a Brasília, se vocês concordarem, qual é a ideia? É ter uma coletiva para a imprensa que vocês falem o que aconteceu de fato”, disse. “Vocês teriam a imprensa na frente de vocês para mostrar o que aconteceu”.
“Se bem que a imprensa dificilmente vai voltar atrás do que escreveu até agora. Porque grande parte da imprensa tem esse objetivo de desgastar o meu governo”, completa.
Ainda durante o bate-papo, o presidente coloca em pauta as recentes acusações que tem recebido, que alegam que suas falas e posturas incentivam a violência política de seus apoiadores.
“Por mais que, porventura, tenha tido uma troca de palavras grosseiras [antes do crime] não justifica o cara [o bolsonarista] voltar armado e fazer o que fez”. “No meu entender, nada justifica o que aconteceu. Nada justifica”, declarou.
Ao dizer que a imprensa quer colocar a ”culpa em seu colo”, ele diz que a esquerda ”politizou” o crime. “A gente busca sempre a paz. Vocês nunca viram eu (sic) estimulando qualquer tipo de atrito, apesar de grande parte da imprensa dizer exatamente o contrário”.