POLÍTICA
Bolsonaro tenta justificar morte de petista: diz que seu apoiador, o assassino, ‘recebeu chutes e pedras’
Por POLÍTICA JB com Agência Estado
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Publicado em 12/07/2022 às 14:38
[Bolsonaro] Defendendo assassino Foto: Reuters/Agustin Marcarian
Eduardo Gayer - Sem prestar até o momento solidariedade à família do guarda municipal Marcelo Arruda, militante petista assassinado no último sábado pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a comentar o episódio com apoiadores. Na tentativa de explicar o ocorrido, Bolsonaro afirmou que Guaranho foi alvo de uma pedra de Arruda antes de disparar os tiros e tomou chutes de familiares do petista assassinado após o crime. Não há imagens até o momento que comprovem o relato.
“O cara que morreu, que estava lá na festa, jogou pedra no vidro daquele cara que estava com o carro do lado de fora. Depois, ele voltou, começou o tiroteio lá, e morreu o aniversariante. O outro foi ferido, ficou lá caído no chão e aí o pessoal da festa, todos petistas, encheram a cara dele de chutes”, afirmou o presidente a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. O trecho da conversa foi divulgado há pouco por um canal governista no YouTube.
Para o presidente, quem supostamente chutou seu apoiador poderia responder criminalmente. “[Com] petistas é violência do bem, chute na cara de quem está deitado e caído no chão. A gente não sabe de tudo que aconteceu, as imagens demonstram os atos de violência que houve lá dentro do recinto. Se esse cara morre, vamos supor, de traumatismo craniano, e não por causa de ferimento à bala, esses petistas que chutaram a cara dele lá vão responder por homicídio”, seguiu Bolsonaro, endossado por apoiadores.
Na conversa com simpatizantes, o chefe do Executivo ainda revelou que a investigação do caso possa ser concluída ainda hoje. “Grande parte da imprensa mostrou as imagens do tiroteio dentro lá do recinto, não mostrou o que aconteceu lá fora. Nada justifica troca de tiros, nada justifica. Mas lá fora, está sendo concluída investigação pela Polícia Civil do Paraná, talvez conclua hoje, haja coletiva talvez, para gente ver que teve problema lá fora”.
Mesmo após recomendar a apoiadores “metralhar a petezada”, Bolsonaro negou que estimule a violência no País, como acusa a oposição, e voltou a se defender com números da queda de homicídios. Ele ainda reiterou sua bandeira pelo armamento da população. “Não vamos nos intimidar, estamos fazendo a coisa certa”, declarou aos apoiadores.