Daniel Weterman - O presidente Jair Bolsonaro voltou a levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas no Brasil e disse que as Forças Armadas estarão "dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)" para sugerir mudanças no formato de apuração dos votos nestas eleições.

A Justiça Eleitoral já assegurou a segurança das urnas eletrônicas no Brasil, mas, nessa quinta-feira (14), em transmissão nas redes sociais, o presidente afirmou que "a urna não é inviolável, a urna é penetrável, sim". Ao falar sobre o assunto, Bolsonaro citou as eleições na França. "Um país muito mais desenvolvido que nós e votando no papel. Que exemplo para nós, brasileiros."

Mesmo com as críticas, o presidente disse esperar eleições limpas no Brasil neste ano e afirmou que "apenas questões técnicas" estão sendo discutidas. Uma das sugestões, de acordo com ele, é que a apuração dos votos seja totalizada nos Estados, pelos respectivos tribunais regionais eleitorais.

Além disso, conforme sugestão citada por Bolsonaro, a transmissão dos dados em Brasília pelo TSE passaria a ocorrer não apenas em uma sala secreta, mas também em uma sala com a presença das Forças Armadas, da Controladoria-Geral da União (CGU), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e aproximadamente 10 instituições convidadas.

"Tenho certeza que o próprio TSE, se não todos, mas a grande maioria, quer eleições limpas", afirmou Bolsonaro na transmissão. Em fevereiro, o então presidente da corte eleitoral, Luís Roberto Barroso, criticou o uso político das Forças Armadas nas eleições e disse que os militares irão participar do processo para "proteger a democracia brasileira, e não para proteger um presidente que quer atacá-la." (Agência Brasil)

LEIA TAMBÉM

BOLSONARO: MOTOCIATA EM SP SERVIRÁ PARA DAR 'AVISO DE QUE EM LIBERDADE NÃO SE MEXE'