POLÍTICA

PL e PMN abrem conversas para federação partidária nas eleições

Partido de Bolsonaro vê em 'nanicos' uma alternativa para virar jogo político às vésperas do pleito

Por POLÍTICA JB
marcio.gomes@jb.com.br

Publicado em 27/03/2022 às 16:47

Alterado em 27/03/2022 às 16:47

O PL de Bolsonaro no foco das federações partidárias Antonio Cruz/Agência Brasil

O Partido Liberal (PL), que lançará o presidente Jair Bolsonaro para buscar a reeleição, abriu conversas com o PMN para uma federação partidária nas eleições deste ano. As discussões ainda estão em fase inicial, mas devem tomar corpo no decorrer desta semana.

O PMN é um dos partidos com visão mais alinhada ao bolsonarismo e vê na federação uma alternativa para manter as receitas em dia. O Patriotas, partido em que Bolsonaro cogitou a filiação, também estuda se juntar ao PL.

As conversas entre PL e PMN começaram após PT, PCdoB e PV anunciaram a federação partidária nacional. O PSB é outro partido que estuda se aliar ao grupo de Lula. Rede e PSOL também anunciaram a federação.

"Nas eleições de 2022, os partidos ditos como nanicos não terão outra opção além de fazer a federação com algum partido de médio ou grande porte e o PL e o PT serão a ‘casa’ de vários deles quando se trata de federação. Trata-se de questão de sobrevivência e como a lei permite fazê-lo somente após o prazo de filiação de candidatos, que é 2 de abril de 2022, esses partidos têm até dia 31 de maio para implementarem suas federações, ou seja, após a formação de chapas", explica o cientista político, Kaio Divino.

Além do PL, o PMN ainda negocia a federação com o MDB e Progressistas. (do Último segundo/IG)

 

PL, PMN e Patriotas podem engrossar a lista das Federações

Se confirmada a federacao do PL, Patriotas e PMN, esta poderá ser a com o maior número de deputados, devido à grande migração dos candidatos bolsonaristas, somada aos mandatários do patriotas e do nanico PMN.

As tratativas devem avançar após o fim do prazo das filiações, para não interferir nas montagens das nominatas (chapas de candidatos nos estados).

Alguns partidos têm apostado na estratégia das federações, como é o caso do PSDB e Cidadania, já outros partidos, embora tivessem algumas conversas, já descartaram a possibilidade de federações, como o caso do PP, Republicanos e PSC.

Alguns analistas políticos apontam a grande possibilidade de pequenos partidos, como o PMN, DC, PTC, PSTU, PCO, UP, PRTB e Brasil 35 (antigo PMB), entrarem para alguma federação usando como moeda de troca para alcançar algum objetivo, visto que na grande maioria destes partidos, o presidente nacional tem grande autonomia para decidir. Porém, estrategicamente deve-se negar ou evitar tocar neste assunto no atual momento, pois muitos candidatos têm buscado os pequenos partidos para terem chances de eleição, e uma decisão agora poderia tirá-los da legenda.

O PDT de Ciro Gomes pode usar a chance da terceira via como fator atrativo na busca de outros partidos ou federações. O Podemos, com candidatura própria de Moro, também poderá usar a mesma estratégia para busca de partidos.

Excluindo os partidos que já definiram por não federar, os que optaram pela federação irão continuar conversando, mas esperando as definições de todos os presidenciáveis e analisando suas chances, para que com isso decidam finalmente o destino da sigla. O problema é que o prazo para federação é posterior ao prazo de filiações de novos candidatos e da janela partidária (troca de partido por parte dos mandatários), o que poderá trazer surpresas para muitos dos pré-candidatos atuais no futuro.

Como o tempo de TV e rádio é importante para qualquer candidato ter mais visibilidade para apresentar suas ideias, boas propostas de federação podem ser uma moeda de troca na busca de legendas que representem mais tempo de propaganda.

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