POLÍTICA
Exército: simulação contra grupos de esquerda não teve 'conotação político-ideológica'
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 27/01/2022 às 18:36
Alterado em 27/01/2022 às 18:40

Em novembro de 2020, o Exército Brasileiro realizou um exercício intitulado "Mantiqueira" com o Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOpEsp) para ensinar a combater ameaças de esquerda, militantes e organização "marxista", segundo o Uol.
A simulação foi questionada pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que solicitou por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) cópias de pareceres que serviram como fundamento para embasar a ação, realizada em Piquete (SP).
Como resposta, o Exército afirmou que o treinamento ocorreu "sem nenhuma conotação político-ideológica nem de nacionalidade". Entretanto, o parlamentar interpretou que a resposta "minimizou o caso" e questionou por que não se faz o mesmo visando "uma operação antifascista".
O treinamento foi pautado em um país fictício chamado "Brasânia". Na descrição da história da nação "Brasânia", é possível encontrar vários paralelos com a trajetória brasileira, passando pela Guerrilha do Araguaia, as chamadas "ameaças comunistas", popularizadas nas décadas de 1960 e 1970, e manifestações marcadas pelo uso de mídias sociais.
No entanto, o site "Congresso em Foco" afirma que as características conferidas para montar a simulação eram bastante específicas.
O Exército criou entidades com nomes alusivos a grupos reais que se opõem ao atual governo: o PT se tornou Partido Operário (PO), já o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se tornou Movimento de Luta pela Terra, e os dois seriam apoiados pelo jornal "Mídia Samurai", fazendo referência ao grupo de narrativas independentes "Mídia Ninja". (com agência Sputnik Brasil)