A falta de consenso no PT em Minas Gerais pode enfraquecer a chapa na eleição estadual e, consequentemente, comprometer a disputa nacional em 2022. A avaliação é do cientista político e professor da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) Paulo Ricardo Diniz. "Uma chapa fraca aqui compromete a votação do PT em Minas e só vence para presidente quem vence em Minas", afirmou em entrevista ao Broadcast Político.

Hoje, a sigla estadual enfrenta divergências em relação à possibilidade de lançar ou não candidatura própria ao governo mineiro, na disputa contra o atual governador Romeu Zema (Novo), que tentará a reeleição. Enquanto parte da liderança defende aliança com o atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), outra parte mantém apoio a Daniel Sucupira, prefeito de Teófilo Otoni (MG), como pré-candidato ao governo de Minas.

De acordo com Diniz, essa falta de consenso é reflexo do esvaziamento de lideranças em âmbito estadual. "Enquanto o PT nacional ressurge, o PT mineiro ainda está no ferro-velho", avaliou. Mas, apesar de o PT mineiro ter perdido relevância, ainda é considerado "um dos colégios eleitorais mais importantes para a disputa nacional e essencial para uma eventual vitória de Lula", reforçou Diniz.

Naturalidade

Guilherme Castro, membro do Diretório Estadual do PT de Minas Gerais, vê com naturalidade essa divergência de propostas. "O PT é um partido plural, foi construído e mantido por meio dessas discussões internas. Entendemos que é justamente isso que faz com que o partido se movimente", afirmou.

Na visão de Sumara Ribeiro, membro da executiva estadual e secretária de formação política do PT, essa pluralidade não atrapalha a disputa presidencial porque os resultados "dependem do que vai ser defendido". "Se a gente responde positivamente as reivindicações do que as pessoas esperam do PT a gente tem chances de vencer", afirmou.(Giordanna Neves/Agência Estado)