POLÍTICA
Ciro Gomes cancela pré-candidatura após PDT contribuir para aprovação da PEC dos precatórios
Por JORNAL DO BRASIL
Publicado em 04/11/2021 às 18:44
Alterado em 04/11/2021 às 18:44
Ciro Gomes (PDT) anunciou nesta quinta (4) que suspendeu a sua pré-candidatura à presidência da República depois que seu partido, o Partido Democrático Trabalhista, votou, em grande maioria, a favor da PEC dos precatórios na votação ocorrida durante a madrugada de ontem (3) na Câmara dos Deputados.
A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição.
— Ciro Gomes (@cirogomes) November 4, 2021
Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo.
Na próxima terça-feira (9), será a votação do segundo turno da proposta, e o ex-governador do Ceará pede que a legenda vote contra.
Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios.
— Ciro Gomes (@cirogomes) November 4, 2021
É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios.
O PDT contribuiu em imenso para a vitória do governo, uma vez que concedeu 15 fundamentais votos a favor do Palácio do Planalto.
Apenas seis parlamentares da legenda apertaram o "não" à emenda constitucional, são eles: Túlio Gadelha, Chico D'Angelo, Gustavo Fruet, Idilvan Alencar, Paulo Ramos e Pompeo de Mattos.
Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios.
— Ciro Gomes (@cirogomes) November 4, 2021
É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios.
Houve tumulto entre membros do partido que vontaram contra e a favor, segundo a mídia. Paulo Ramos, que foi contrário à PEC, saiu gritando com André Figueiredo, ex-líder do partido, que foi favorável à proposta do governo.
Mapeamento para revanche
Após a votação de ontem (3), o governo começou a "mapear" os deputados que votaram contra a PEC e prometeu "revanche" através de bloqueio de emendas para esses parlamentares. O principal partido na mira é o MDB.
O Planalto também teria usado a votação para "testar a base" e ver quem realmente está a favor da proposta da equipe do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a mídia, nesta manhã (4), o governo está dedicado a mapear caso a caso e fazendo a conta de quantos milhões vai segurar em liberação de emendas como retaliação aos "infiéis".
A votação no primeiro turno foi apertada, com 312 dos 308 votos necessários para a aprovação da proposta. O Planalto pretende que Arthur Lira (PP-AL) deixe para votar o segundo turno da PEC na semana que vem, argumentando que muitos parlamentares já deixaram Brasília.
O presidente da Câmara vem demonstrando bastante interesse na aprovação da PEC, já que desde que chegou ao posto deixa transparecer sua forte ligação com o chefe do Executivo brasileiro.
Lira lançou estratégias para que a PEC passasse na Casa de qualquer forma, até mesmo revogando diretrizes anteriormente decretadas por ele, como a alteração da resolução que o mesmo havia assinado sobre o retorno presencial aos trabalhos, assim como recorrer a expediente inédito, considerado antirregimental, para alterar a proposta.
O chefe da Câmara também permitiu participação virtual de deputados e mudança no texto da emenda constitucional. (com agência Sputnik Brasil)