POLÍTICA

Calheiros diz que é uma 'grande omissão' de Lira não pautar impeachment de Bolsonaro

Senador relator da CPI da covid afirmou que o presidente da Câmara pode concordar ou não com os pedidos de impeachment, mas precisa despachá-los

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 18/09/2021 às 07:08

Alterado em 18/09/2021 às 07:08

Renan Calheiros Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nessa sexta-feira (17) que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), protagoniza "grande omissão" ao não pautar os pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"O presidente da Câmara dos Deputados precisa despachar os pedidos de impeachment. Ora, se ele for a favor, ele faz um despacho favorável; se ele for contra, ele faz um despacho contrário [...]. O que está havendo hoje é uma grande omissão do presidente da Câmara, que não quer correr o risco de ver esta decisão sendo tratada em plenário", disse o senador durante audiência com juristas do grupo Prerrogativas.

Calheiros entende que o parlamentar "engaveta" os pedidos por medo do resultado. O relator da CPI da Covid reiterou ainda que acha que a Lei do Impeachment precisa ser atualizada.

"Eu acho que estamos diante de uma óbvia oportunidade de trabalharmos na atualização da própria lei, que é de 1950, quando nós ainda não tínhamos o aparelhamento e a eficiência que nós temos hoje", explicou o senador.

O encontro com juristas também contou com a participação de outros membros da CPI, como o vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O parlamentar endossou a fala de Calheiros e disse que o presidente da Câmara tem poderes semelhantes ao de um primeiro-ministro.

"É uma espécie de primeiro-ministro. O presidente fica na mão dele, há excesso de poder, que não é regulado e este é um problema a ser resolvido [...]. Eu prefiro promover alterações no âmbito da Lei do Impeachment", disse Rodrigues. (com agência Sputnik Brasil)

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