POLÍTICA

Bolsonaro sorri abraçado a deputada alemã neonazista; comunidade judaica reclama

Von Storch diz que quer 'fortalecer suas conexões com o Brasil' e também 'defender nossos valores cristãos e conservadores em nível internacional'

Por JORNAL DO BRASIL, [email protected]
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Publicado em 27/07/2021 às 08:13

Alterado em 27/07/2021 às 08:34

Von Storch postou foto de encontro com Bolsonaro em sua conta no Instagram Foto: Reprodução/Instagram

O presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu na última semana a deputada alemã Beatrix von Storch, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), informou a própria parlamentar em suas redes sociais nesta segunda-feira (26).

Na imagem, Von Storch diz que quer "fortalecer suas conexões com o Brasil" e também "defender nossos valores cristãos e conservadores em nível internacional". O marido da política, Sven von Storch, também aparece na imagem.

Von Storch é uma das principais lideranças do partido ultranacionalista, conhecido por suas posturas xenofóbicas em relações aos migrantes que chegam à União Europeia, pelo euroceticismo e, mais recentemente, por liderar os protestos negacionistas da pandemia de Covid-19 na Alemanha.

Além disso, diversos membros da sigla já foram processados por "simpatizar" com o nazismo. Apesar de ter conquistado grande força nos últimos anos, a sigla vem enfrentando diversas perdas políticas em várias áreas da Alemanha desde 2020.

Outro ponto a se destacar da deputada é que ela é neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, que foi ministro das Finanças por mais de 12 anos durante o governo de Adolf Hitler. Era a pasta dele a responsável pelo confiscos dos bens dos judeus enviados para os campos de concentração durante a ditadura do Partido Nazista.

Von Krosigk ainda ficou no governo pós-Hitler, mas foi condenado no Tribunal de Nuremberg a 10 anos de prisão por crimes de guerra em 1949. Ele permaneceu preso por apenas dois anos porque, em 1951, recebeu uma anistia do governo.

Von Storch havia se encontrado, durante a última semana, com os deputados Bia Kicis (PSL-DF) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. As postagens nas redes sociais foram seguidas de inúmeras críticas, inclusive, do Museu do Holocausto de Curitiba.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou o encontro: "A Conib lamenta a recepção dada a representante do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) em Brasília. Trata-se de partido extremista, xenófobo, cujos líderes minimizam as atrocidades nazistas e o Holocausto. O Brasil é um país diverso, pluralista, que tem tradição de acolhimento a imigrantes. A Conib defende e busca representar a tolerância, a diversidade e a pluralidade que definem a nossa comunidade, valores estranhos a esse partido xenófobo e extremista” (...) 'Trata-se de partido extremista, xenófobo, cujos líderes minimizam as atrocidades nazistas e o Holocausto. O Brasil é um país diverso, pluralista, que tem tradição de acolhimento a imigrantes. A Conib defende e busca representar a tolerância, a diversidade e a pluralidade que definem a nossa comunidade, valores estranhos a esse partido xenófobo e extremista”. (com agência Ansa)

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