POLÍTICA

Governadores reagem à ameaça de Bolsonaro

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 25/04/2021 às 07:44

Alterado em 25/04/2021 às 07:46

Governador de São Paulo, João Doria (arquivo) Antonio Cruz/Agência Brasil

Horas depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar em entrevista, na última sexta-feira (23), que as Forças Armadas podem ir às ruas para, segundo ele, “acabar com essa covardia de toque de recolher”, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reagiu afirmando que “a postura demonstra mais uma vez o quanto Bolsonaro tem devoção pelo autoritarismo e alergia à democracia”. Um dos alvos principais de Bolsonaro, o governador paulista reafirmou p papel dos governadores e prefeitos no combate à pandemia de covid-19, em contraste com Bolsonaro. “Ele (o presidente) selou uma pacto com a morte que só não é maior no Brasil por conta da ação de governadores e prefeitos”.

Na entrevista em que ameaçou as autoridades que enfrentam a pandemia com ações mais duras de distanciamento, Bolsonaro voltou a criticar as medidas de restrição adotadas pelos governadores para conter o coronavírus e a defender o uso da cloroquina, remédio ineficaz contra a covid-19.

Outro governador que reagiu a Bolsonaro foi o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). “Bolsonaro insiste em afrontar o Supremo, que já decidiu que as três esferas de governo podem e devem atuar contra o coronavírus. E também reitera essa absurda ameaça de intervenção militar contra os Estados, que não existe na Constituição.”

A entrevista de Bolsonaro foi concedida ao programa Alerta Especial, da TV A Crítica, do Amazonas, apresentado por Sikêra Jr. “Se tivermos problemas, nós temos um plano de como entrar em campo. E eu tenho falado: eu sou o chefe supremo das Forças Armadas”, disse Bolsonaro.

Ele concluiu: “Se precisar, iremos às ruas, não para manter o povo dentro de casa, mas para restabelecer todo o artigo 5.º da Constituição. E se eu decretar isso, vai ser cumprido esse decreto.”

Bolsonaro criticou as medidas de isolamento social decretadas pelos governos locais, que, segundo o presidente, estariam descumprindo a

“As Forças Armadas podem ir para rua um dia sim, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer cumprir o artigo 5.º, direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito ao trabalho, liberdade religiosa, de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores, alguns poucos prefeitos, mas que atrapalha toda nossa sociedade”, afirmou o presidente. (Agência Estado)