ARTIGOS

Começando pela política

.

Por TARCISIO PADILHA JUNIOR
[email protected]

Publicado em 05/01/2022 às 11:03

Há 80 anos, Carl Rogers afirmou que as pessoas com problemas estão em melhor posição para saber o que fazer. No início muito criticada, essa ideia ganhou aceitação em quase todas as áreas profissionais, também na gestão de empresas.

Planejadores reconhecem a eficácia do envolvimento de pessoas em projetos que estão sendo executados para elas. Essas pessoas muitas vezes têm aguda percepção de resultados dos quais os profissionais não têm inteiramente sob domínio.

Envolver pessoas nas decisões que irão afetá-las pressupõe que elas de fato são capazes de fazer escolhas sensatas. Embora atualmente abordagem participativa seja amplamente admitida por ser eficaz, ela precisa de confiança no grupo.

Grande parte de problemas da gestão de empresas no País têm origem na falta de confiança que perpassa gerações. Enquanto na Noruega três em cada quatro confiam uns nos outros, no Brasil a proporção mal atinge um em cada dez.

"Sociedades que apresentam em sua cultura normas e valores compartilhados fomentam a cooperação espontânea, que historicamente formaram a base fundamental para o surgimento de grandes corporações", afirma Marco Túlio Zanini.

Alto custo de coordenação e transação que assume forma de processos ineficientes decorre da falta de confiança. Capacidade de associação espontânea baseada em relações de confiança faz as pessoas reduzirem as incertezas do presente.

Não há coletivo que não seja estabelecido sobre a dinâmica de confiança entre membros, começando pela política.

Engenheiro, é autor de "Por Inteiro" (Multifoco, 2019)

Tags: