O excepcional mistério
de perpetuar a vida.
                        Gaudium et Spes (1965)

A força do espírito grego dependia de profunda raiz na comunidade, evitava o dilema entre o individual e o social. Diminutas, aquelas cidades gregas nos oferecem oportunidade de refletir sobre a riqueza inesgotável de pequenos centros.

Grandes individualidades que povoaram o universo criativo da cultura provieram de pequenas cidades, vilarejos, que lhes propiciaram a tranquilidade à sólida criação do pensamento, carente em meio às convulsões dos grandes centros.

Outrora, homens e mulheres tinham possibilidade de subir ao mesmo tempo aos poucos como águas da enchente. Nos dias que correm, transformações ultrapassam nossa capacidade de adaptação, o tempo corre mais rápido que a humanidade.

Informações em excesso exaurem o equilíbrio entre razão e experiência, fazendo-nos presa do achismo cultural. Impossibilitados de optar por um grupo de informação de preferência a outros, muitos advogam a liberdade de expressão.

Gera um descompasso entre o pensar e o agir. Daí hoje não esperarmos de agentes públicos uma coerência básica.
É o mínimo que se poderia fazer em favor dos mais vulneráveis, realmente numerosos na sociedade porque são pobres.

Como dormir tranquilamente, após liberar quantias expressivas para destinações sem transparência nem controle?

Do respeito ao outro emerge espontaneamente o respeito institucional, genuína síntese compreensiva dos valores.

Engenheiro, é autor de "Por Inteiro" (Multifoco, 2019)