O julgamento de um dos acusados de envolvimento no assassinato de Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André, em 2002, está marcado para as 9h30 desta quinta-feira (17), no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Marcos Roberto Bispo dos Santos será levado a júri popular. Ele teve a prisão decretada na última sexta-feira (12) pelo juiz Antonio Augusto Galvão Hristov, de Itapecerica e não foi localizado em casa por um oficial de Justiça, que tinha ido ao local entregar a intimação para que ele comparecesse ao julgamento do caso, e por isso teve a prisão decretada.
O réu estava em liberdade provisória desde março deste ano e agora está sem o direito de responder ao processo livremente. O Ministério Público (MP) denunciou sete pessoas como executoras da morte de Celso Daniel, que foi assassinado no dia 20 de janeiro de 2002. José Erivan Aleixo da Silva, conhecido como Van, foi excluído da sentença porque seu nome não foi mencionado no curso do processo e não houve prova judicial suficiente para envolvê-lo.
O MP denunciou, ainda, o empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra, por coautoria do mesmo crime, mas o processo em que ele figura como réu está desmembrado porque estão sendo ouvidas as testemunhas de defesa. Os acusados que irão a júri popular são: José Edson da Silva, Elcy Oliveira Brito, Marcos Roberto Bispo dos Santos, Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como Monstro, Itamar Messias Silva dos Santos e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho.
Eles serão julgados pela prática de homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe, mediante pagamento ou promessa de recompensa, e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima), cuja pena máxima é 30 anos de reclusão. As investigações do MP apontam que a morte de Celso Daniel não foi um crime de caráter patrimonial e sim uma morte premeditada.
Entenda o caso
Celso Daniel foi sequestrado em 18 de janeiro de 2002 e levado para um cativeiro em Juquitiba, à beira da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), na saída de São Paulo para Curitiba. Segundo inquérito concluído em 1º de abril daquele ano pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o ex-prefeito teria sido sequestrado por engano por uma quadrilha de seis pessoas da favela Pantanal, da capital paulista. Quando um integrante percebeu quem era a vítima, o chefe do grupo teria ordenado a soltura. Porém, outro integrante teria entendido a ordem erradamente e Daniel foi assassinado.