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RIO - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram o prédio do Ministério da Fazenda da Paraíba, a sede do Incra do Maranhão e a Assembléia Legislativa de Santa Catarina nesta manhã. Na Paraíba, os sem-terra entraram em confronto com os seguranças do prédio e quebraram vidros para forçar a entrada.
A invasão ao Ministério da Fazenda em João Pessoal começou por volta das 7h30. No prédio, funcionam ainda a Receita Federal, a Procuradoria da Fazenda Nacional, a Gerência Regional do Patrimônio da União e a Controladoria Geral da União (CGU).
Os sem-terra pretendem ficar vários dias no local. Eles levaram colchões, bagagem, lenha, carvão, comida e panelas. São cerca de mil pessoas de várias regiões da Paraíba, acampados e assentados da Reforma Agrária. De acordo com Dilei Aparecida, coordenadora estadual do MST, o objetivo é conseguir audiência com o presidente Lula.
Na capital catarinense, 300 manifestantes ocuparam parte do segundo andar do prédio da Assembléia Legislativa. Eles levaram colchões, panelas e mantimentos, com o objetivo de permanecer no prédio até que o governo estadual e deputados participem de uma audiência pública. Uma cozinha foi improvisada, com fogões e botijões de gás, no piso acima do plenário.
Um dos líderes do movimento, o ex-deputado Vilson Santin destacou que as famílias passarão a noite no local. - Estamos sensibilizando as autoridades públicas para a importância da reforma agrária - disse.
A invasão foi a segunda do MST em Santa Catarina em menos de uma semana. Na cidade de Caçador, no Oeste do Estado, cerca de 400 famílias estão acampadas na área da estação experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri). O terreno é cedido pela Embrapa e, como não houve acordo com os líderes dos sem-terra, o governo catarinense deverá buscar a reintegração na justiça.
No Maranhão, 350 trabalhadores rurais ocuparam o pátio e a portaria da sede do Incra. Segundo a liderança do movimento, há 4 mil famílias acampadas em todo o Estado à espera de assentamento. Eles exigem infra-estrutura para os assentamentos e a criação de um Programa de Recuperação Ambiental dos Assentamentos.