Portal Terra
BRASÍLIA - A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu negou nesta quinta-feira, durante depoimento na CPI do Apagão Aéreo na Câmara, que tenha tentado enganar a juíza do TRF Cecília Marcondes. Denise teria usado um documento ainda não oficial para coibir a juíza a autorizar a liberação da pista de Congonhas.
Denise alega que o documento em questão era usado apenas para dar informações a respeito do comprimento da pista do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, e que, em nenhum momento, a juíza estava analisando os componentes do avião para liberar a pista.
Ela diz ainda que, caso a juíza tivesse utilizado o documento como forma fundamental para liberar a pista, "ainda assim o pouso com reverso pinado (travado) estaria autorizado".
No entanto, a norma a que denise se refere diz para "certificar-se de que o avião esteja com todos os sistemas operando, notadamente o reverso, antiskid e altobreak, etc".
Ela explica que a Justiça fechou a pista para três aeronaves 737-700, 737-800 e o Fokker 100.
- Como a Justiça fechou a pista apenas para três aviões, se tivesse mantido (a norma da Justiça) não teria relação com o acidente (da TAM). Além disso, o acidente aconteceu depois das obras - afirmou.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou na quarta, durante audiência pública na Comissão de Infra-estrutura do Senado, que vai abrir processo administrativo para apurar a responsabilidade sobre o caso.
A diretora disse ainda que se sentia vítima de discriminação por ser mulher e ter sido flagrada fumando um charuto.
- Há quem goste ou não, mas essa é uma questão pessoal, que nada tem a ver com a vida profissional. Mas sou mulher e não posso deixar de ver um pouco de discriminação - disse.
Denise voltou a negar que tenha feito lobby para transferir o setor de cargas de Guarulhos e Viracopos para Ribeirão.
- Fui acusada de propor a transferência de carga para um aeroporto que nem terminal de carga tem.
Ela afirmou que se sente injustiçada mas que, apesar disso, sente-se bem.