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Maior assalto da história do País completa 2 anos

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Agência Brasil

FORTALEZA - O maior assalto da história do País completou na semana passada dois anos com apenas 12 dos 54 acusados julgados e a recuperação de R$ 60 milhões dos R$ 164.755.150,00 roubados. O dinheiro foi retirado do cofre do Banco Central de Fortaleza (CE), por um túnel subterrâneo, sem que nenhum alarme disparasse. O roubo foi descoberto na manhã do dia 8 de agosto, uma segunda-feira, quando os funcionários chegaram para trabalhar.

Das 12 pessoas julgadas, 11 foram condenadas e uma foi absolvida por falta de provas. O processo foi desmembrado em vários volumes e ainda estão foragidos três acusados: Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, Paulo Sérgio de Souza e Marcos Rogério Morais, o Bocão.

O planejamento e o crime

A invasão, além de ousada, foi precedida por muito planejamento e a construção de um túnel de 78 metros. Para ter acesso ao cofre do banco, instalado na esquina das ruas Rodrigues Júnior e Heráclito Graça, a quadrilha levou mais de três meses escavando. O túnel saía de uma casa onde funcionava uma empresa falsa de recuperação em gramado, atravessava a avenida Dom Manoel, uma das mais movimentadas da cidade, até chegar ao cofre.

As três toneladas de dinheiro, em notas usadas de R$ 50, não seriadas, foram transportadas por carrinhos através da escavação e seguiram para diversos destinos em forros falsos ou até mesmo na lataria de veículos.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, em todo o país, o furto ao BC da capital cearense foi arquitetado por três quadrilhas, organizadas para cumprirem funções pré-estabelecidas.

Havia um grupo comandando por Antônio Jucivan, o Alemão; um controlado por Luis Fernando Ribeiro, o Fernadinho; e outro pelo ex-presidiário Moisés Teixeria da Silva, apontado como sendo o financiador do furto.

Outros túneis descobertos

No dia 1º de setembro de 2006, um túnel semelhante foi descoberto no centro de Porto Alegre (RS) e 26 pessoas foram presas. A audácia dos assaltantes parecia maior. Financiados com o dinheiro roubado em Fortaleza, eles chegaram a comprar um edifício por R$ 1,3 milhão, onde simularam reforma e começaram a cavar um túnel.

O objetivo era que escavação atingisse os cofres da Caixa Econômica Federal e do Banco Estadual do Rio Grande do Sul (Banrisul), localizadas na Praça da Alfândega. O túnel construído era bem estruturado e os criminosos tinham até cilindros de oxigênio para usar durante as escavações.

Policiais federais conseguiram monitorar a quadrilha desde seu desembarque em Porto Alegre. Deixaram o grupo se movimentar ao mesmo tempo em que acompanhavam a ação no prédio onde era cavado o túnel. O flagrante foi no início da manhã, quando os criminosos - ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) - estavam dentro do edifício.

Na mesma operação, a PF descobriu um túnel da mesma quadrilha em Maceió. Na capital alagoana, os assaltantes também alugaram uma casa vizinha e começaram a cavar. Quando descoberto, o túnel tinha 87 metros de extensão e seria usada para assaltos a três agências de bancos e a uma seguradora de valores, no bairro do Farol.

Segundo a polícia, o crime só não foi levado adiante porque os 20 assaltantes envolvidos no plano foram chamados para reforçar o trabalho do grupo que cavava em Porto Alegre. A escavação teria começado em junho e parado em agosto.

Este ano, em julho, policiais que faziam guarda no Instituto Penal Olavo Oliveira Dois, em Itaitinga, no Ceará, descobriram as escavações de um túnel semelhante ao usado para o roubo milionário. O destino seria dar fuga aos cearenses Deusimar Neves Queiroz e Antônio Edimar Bezerra; o paulista Marcos de França; o mineiro Davi Silvano da Silva e o pernambucano Pedro José da Cruz, o Pedrão, também envolvidos com o Furto do BC de Fortaleza.

Eles pretendiam escapar faltando menos de uma semana depois da Justiça decretar