Agência JB
BRASÍLIA - Três pessoas foram ouvidas neste sábado, 26 de maio, pela ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na apuração sobre o esquema de fraudes em licitações, desvio de recursos de obras públicas e aliciamento de agentes administrativos desvendados pela Operação Navalha, da Polícia Federal: Dimas Soares de Veras, funcionário e irmão do dono da empresa (Zuleido Veras), além de João Manoel Soares Barros, empregado da Gautama.
A funcionária da empresa Tereza Freire Lima e o filho do proprietário da Gautama, Rodolpho Veras, previstos para depor hoje, só serão ouvidos na segunda-feira, 28 de maio, data em que também serão colhidos os depoimentos de Abelardo Sampaio Lopes Filho, engenheiro e diretor da Gautama; de Gil Jacó Carvalho Santos, diretor financeiro da construtora, e de Henrique Garcia, administrador ligado à empresa.
Na tarde deste sábado foi concluído o depoimento de Maria de Fátima Palmeira, diretora comercial da Gautama, iniciado na noite de sexta-feira, 25 de maio. O outro depoimento previsto, de Zuleido Veras, não foi realizado porque o dono da construtora se recusou a falar, razão pela qual outros presos ainda não ouvidos pela ministra foram chamados a depor.
De todas as pessoas chamadas a depor, apenas Zuleido Veras, Vicente Coni, Maria de Fátima Palmeira e João Manoeal Barros continuam presos. Os três últimos os únicos sem ter alvará de soltura expedido após terem sido ouvidos. Os demais foram liberados ou pela ministra Eliana Calmon ou por meio de liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Este sábado é o sexto dia consecutivo em que a ministra colhe os depoimentos das pessoas apontadas pela Operação Navalha, da Polícia Federal (PF), por suposto envolvimento em fraudes em licitações, desvio de recursos de obras públicas e aliciamento de agentes administrativos. Até o momento, 39 pessoas foram ouvidas.
a a lista das pessoas já ouvidas
Na segunda-feira, 21 de maio - 12 acusados prestaram depoimentos, obtendo alvará de soltura em seguida. Foram eles:
· Flávio Conceição de Oliveira Neto, conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe
· José Ivan de Carvalho Paixão, ex-deputado federal de Sergipe
· Ney Barros Bello, secretário de Infra-estrutura do Maranhão
· Geraldo Magela Fernandes da Rocha, ex-assessor do governo do Maranhão;
· João Alves Neto, filho do ex-governador de Sergipe João Alves
· Jair Pessine, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Sinop (MT);
· Nilson Aparecido Leitão, prefeito de Sinop (MT)
· Ernani Soares Gomes Filho, servidor do Ministério do Planejamento cedido à Câmara dos Deputados
· Flávio José Pin, superintendente de Produtos de Repasses da Caixa Econômica Federal
· Zaqueu de Oliveira Filho, servidor público de Camaçari (BA).
José Reinaldo Tavares, ex-governador do Maranhão, também depôs no primeiro dia, mas já estava com a liberdade garantida por liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Também foi ouvido o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Agricultura na gestão do deputado Pedro Passos, Adão Pirajara Amador Farias. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Federal por determinação da ministra. Segundo informações da PF, ele já está em liberdade.
Na terça-feira, 22 de maio - primeiro a depor, o ex-presidente do Banco Regional de Brasília Roberto Figueiredo Guimarães também obteve liminar no STF. Foram ouvidos em seguida e soltos pela relatora do inquérito:
· Adeilson Teixeira Bezerra, secretário de Infra-estrutura de Alagoas
· Denisson de Luna Tenório, subsecretário de Infra-estrutura de Alagoas
· Enéas de Alencastro Neto, representante do governo de Alagoas em Brasília
· José Vieira Crispim, diretor de Obras da Secretaria de Infra-estrutura
· José de Ribamar Ribeiro Hortegal, servidor da Secretaria de Infra-estrutura do Maranhão
· Ivo Almeida Costa, assessor de gabinete do Ministério de Minas e Energia
· Sérgio Luiz Pompeo Sá
· Edílio Pereira Neto, assessor do secretário de Obras de Camaçari (BA).
Também prestaram depoimento Luiz Carlos Caetano, prefeito de Camaçari, e Márcio Fidelson Menezes Gomes, ex-secretário de Infra-estrutura de Alagoas, ambos com liberdade garantida por liminar do Supremo que revogou os decretos de prisão contra eles.
Na quarta-feira, 23 de maio - dos sete convocados para depor, a ministra colheu os depoimentos de seis. Alexandre Maia Lago, sobrinho do governador do Maranhão, Jackson Lago, recusou-se a prestar informações e acabou tendo sua prisão mantida, mas foi libertado pelo STF.
No mesmo dia foram ouvidos:
· Jorge Targa Juni, presidente da Companhia Energética do Piauí (Cepisa)
· José Edson Vasconcellos Fontenelle, empresário
· Everaldo José de Siqueira Alves, subsecretário de Obras de Camaçari (BA)
· Iran César de Araújo Filho, secretário de Obras de Camaçari (BA)
· Jorge E. dos S. Barreto, engenheiro da construtora
· Flávio Henrique Abdelnur Candellot, funcionário da construtora Gautama.
No quarto dia de depoimentos, quinta-feira, prestaram depoimentos mais cinco pessoas, todos com alvará de soltura expedido:
· Sebastião José Pinheiro Franco, fiscal de obras no estado do Maranhão
· Humberto Rios de Oliveira, funcionário da construtora Gautama
· Florêncio Brito Vieira, funcionário da construtora
· Ricardo Magalhães da Silva, funcionário da construtora
· Bolívar Ribeiro Saback, funcionário da construtora
Apenas Francisco de Paula Lima Júnior, sobrinho do governador do Maranhão, recusou-se a falar e voltou para a carceragem da Polícia Federal. Ele também teve sua liberdade garantida por liminar do ministro Gilmar Mendes.
Na sexta-feira, a ministra ouviu Rosevaldo Pereira Melo, funcionário da construtora Gautama, cuja liberdade estava garantida por liminar do STF; e Vicente Vasconcelos Coni, diretor da Gautama no Maranhão. Este voltou à carceragem da Polícia Federal após ser ouvido por quatro horas e meia e se encontra com pedido de habeas-corpus pendente de apreciação pelo ministro Gilmar Mendes. Maria de Fátima foi a terceira a depor nesse dia. Seu depoimento foi interrompido após quatro horas e meia, sendo retomado no dia seguinte.
Neste sábado foi concluído o depoimento de Maria de Fátima, depois de mais quatro horas. Após o que, foi chamado a depor o dono da empresa Zuleido Veras. Como ele se recusou a depor, voltou à carceragem da Polícia Federal. Ambos aguardam decisão do ministro Gilmar Mendes do pedido de habeas-corpus apresentado no Supremo.
Apenas os dois estavam previstos para depor nesse dia, mas a ministra determinou que fossem encaminhados outros suspeitos de envolvimento no esquema. Assim, foram ouvidos:
· Dimas Soares de Veras, funcionário e irmão do dono da empresa
· João Manoel Soares Barros, empregado da construtora no Piauí
Faltam ainda os depoimentos de:
· Tereza Freire Lima, funcionária da Gautama
· Abelardo Sampaio Lopes Filho, engenheiro e diretor da Gautama
· Gil Jacó Carvalho Santos, diretor financeiro da construtora
· Rodolpho de Albuquerque Soares de Veras, filho do dono
· Henrique Garcia, administrador ligado à empresa.
Esses depoimentos estão previstos para segunda-feira, dia 28, a partir das 9h. Nesse dia, a colheita de depoimentos será encerrada.
As informações são da Assessoria de Imprensa do STJ.