Agência JB
RIO - A CPI dos Sanguessugas aprovou por unanimidade o relatório do senador Amir Lando (PMDB- RO) que pede o indiciamento de seis ex-petistas envolvidos no caso da tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos, por formação de quadrilha. Depois de uma hora de recesso, os parlamentares votaram o documento.
- Cumprimos o nosso papel com muita firmeza. A CPI não terminou em pizza como muitos esperavam. Se o resultado não foi o que a sociedade esperava, já não é da nossa responsabilidade, disse o presidente da Comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia Biscaia (PT-RJ).
Entre os indiciados estão os petistas presos com o R$ 1,7 milhão, no hotel Íbis em São Paulo, Gedimar Passos e Valdebran Padilha. O dinheiro seria usado para a compra dos documentos do dossiê. O ex-coordenador da campanha de Aloízio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda, também será um dos indiciados. Ele foi apontado como a pessoa que teria levado o dinheiro ao hotel.
Outros três envolvidos também estarão na lista de indiciados da CPI: o ex-funcionário do comitê da campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e churrasqueiro do presidente, Jorge Lorenzetti, que teria autorizado a compra do dossiê; o ex-diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil, Expedito Veloso, que teria analisado os documentos; e o ex-integrante da coordenação de campanha de Lula, Oswaldo Bargas, que teria oferecido o dossiê para a revista Época.
A CPI também pediu o indiciamento do empresário de Piracicaba Abel Pereira, acusado de ser o operador do esquema dos sanguessugas no Ministério da Saúde na gestão de Barjas Negri, por tráfico de influências, fraudes de licitações, improbidade administrativa e corrupção ativa. José Airton Cirilo, Raimundo Lacerda, José Caubi Diniz também foram envolvidos pelos mesmos motivos.
Já os ex-ministros da Saúde, José Serra, Humberto Costa e Barjas Negri ficaram fora da lista. Lando citou ainda a participação de outras empresas além da Planam no esquema.
Apesar de não conseguir definir de onde veio o dinheiro que seria usado para compra do dossiê, o relatório final mostrou que todos os indícios apontam que o R$ 1,7 milhão veio de caixa 2 das campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do candidato ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante. O relatório traz também o nome de 58 prefeituras que se envolveram no esquema