BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que até o fim do ano pretende fechar os acordos para um governo de coalizão, incluindo partidos que haviam rompido com o Planalto no primeiro mandato, como PDT, PV e parte do PMDB.
- O mandato da divergência acabou. Agora a gente pode construir o mandato da convergência e o PDT é uma peça fundamental - disse Lula a jornalistas, avaliando a reunião da manhã desta terça, quando convidou a direção pedetista a participar da coalizão.
Lula recordou que PT e PDT estiveram juntos na redemocratização e em campanhas eleitorais. O partido chegou a ter o Ministério das Comunicações na primeira fase do governo Lula, antes de romper em 2004 e lançar candidato ao Planalto em 2006.
- Na medida em que houve divergência, nós nos separamos, mas esse mandato acabou. Foi uma boa reunião e acho que a coalizão tende a andar - disse Lula na entrevista, depois de uma cerimônia de regularização de terras remanescentes de quilombos.
- A tarefa de construir o Brasil não é de um partido político, é de um conjunto que envolve políticos, empresários, trabalhadores. Tem muita coisa para fazer e eu quero preparar tudo até o final do ano - enfatizou Lula.
- Governo de coalizão é uma experiência nova no Brasil. O país tem uma tradição política democrática e às vezes conturbada.
Sem mencionar as crises do primeiro mandato, disse que o eleitor separou 'turbulência de encenação'.
- Turbulências aconteceram ao longo da História do Brasil em muitos momentos. O que foi comprovado no processo eleitoral é que o povo conseguiu definir bem o que era turbulência de verdade, o que era encenação política, o que era jogo eleitoral - afirmou.
Além de buscar uma reaproximação com partidos que foram próximos, como PDT e PV, Lula quer manter diálogo com a oposição. Ele confirmou que pretende conversar nos próximos dias com os governadores tucanos eleitos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
- Ainda não tem data, mas eu vou chamá-los para conversar porque são meus amigos antes de tudo - disse Lula.(Reuters)