BRASÍLIA - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar decidiu, nesta terça-feira, por 12 votos a 2, aplicar a pena disciplinar de censura verbal ao senador Ney Suassuna (PMDB-PB), citado no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas. Essa decisão baseou-se em voto em separado do senador Wellington Salgado (PMDB-MG). O conselho rejeitou, assim, relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM), que pedia a cassação de Suassuna por quebra de decoro parlamentar. A censura será lida na próxima semana pelo presidente do colegiado, senador João Alberto Souza (PMDB-MA).
Outro voto em separado também foi apresentado na reunião: o do senador Leomar Quintanilha (PCdoB-TO), lido pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Quintanilha pedia o arquivamento da representação feita contra Suassuna, por julgar improcedentes as acusações que apontavam o suposto envolvimento do parlamentar do PMDB paraibano com a máfia das ambulâncias, que operava esquema para a compra dos veículos a preços superfaturados por meio de emendas ao Orçamento da União.
Ao falar ao conselho, Suassuna afirmou que foi acusado injustamente por pessoas que não conhece. As acusações, segundo ele, passaram a ser verdadeiras na "mão da imprensa".
O senador afirmou também ter colaborado com o Conselho de Ética em todas as fases das investigações.
- Se quiserem a cassação, que o façam. Se não quiserem, muito bem. Não estou pedindo voto para 'a' ou para 'b'. Estou com a minha consciência tranqüila, não tenho nada a ver com isso. Lamento que os senhores estejam perdendo tempo. Isso pode acontecer com qualquer um de vocês. Espero que não aconteça - concluiu Suassuna. Com informações da Agência Senado.