Reuters
SÃO PAULO - O presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), refutou na noite de sábado a denúncia de que investigações da Polícia Federal o apontariam como mandante da tentativa de compra de um dossiê contra tucanos por petistas em meio à disputa eleitoral deste ano.
A edição deste domingo do jornal Folha de S.Paulo, que já circulava na noite de sábado, traz como principal manchete uma reportagem na qual a PF teria concluído que o então coordenador da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria ordenado a negociação da compra de documentos de membros da família Vedoin para prejudicar os adversários.
- O meu advogado conversou com o delegado titular do inquérito, que é citado na matéria e que disse que não há qualquer procedência no conteúdo dessa matéria - afirmou Berzoini a jornalistas após encontro do Diretório Nacional do PT, referindo-se ao delegado Diógenes Curado.
- Ele autorizou o meu advogado a transmitir essas informações a mim e autorizou também a dar conhecimento à imprensa.
O empresário Luiz Antonio Vedoin, que chefiava a máfia do superfaturamento de ambulâncias, é acusado de negociar com pessoas relacionadas ao PT documentos que comprometeriam tucanos com o esquema no Ministério da Saúde durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Berzoini, que se afastou da presidência do PT após serem reveladas acusações de vínculos entre ele e petistas que teriam tentado comprar o dossiê, declarou ainda que avalia "todas as possibilidades para a responsabilização", incluindo um processo na Justiça.
Antes do encontro do Diretório Nacional do PT neste fim de semana, ele sofreu pressões para deixar o cargo definitivamente, apesar de julgar que tem direito estatutário de voltar a presidir a sigla após concluídas as investigações sobre o dossiê.
O presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, classificou a denúncia de "ficção", apesar de não ter lido a reportagem.
- Domingo os suplementos literários sempre comportam textos de ficção - disse ele.