EFE
BRASÍLIA - A redução das assimetrias entre os países do Mercosul vai dominar a agenda do bloco na próxima reunião de chanceleres, segundo o acordo desta sexta-feira entre os negociadores, que se reuniram em Brasília.
A reunião ordinária do grupo decidiu, após dois dias de discussões, marcar outro encontro, entre 11 e 13 de dezembro, em Brasília. O objetivo é fechar a agenda dos chanceleres para o encontro do dia 15, segundo uma nota oficial do Itamaraty.
A Cúpula semestral de presidentes foi adiada para 18 de janeiro por problemas de agenda. Mas a reunião ordinária de chanceleres será em 15 de dezembro, como estava previsto.
Segundo os negociadores, outros assuntos em pauta serão o livre trânsito entre os países, a integração das cadeias produtivas, os incentivos ao investimento estrangeiro nos países menos desenvolvidos e os entraves ao comércio regional.
Eles também decidiram incentivar o 'Mercosul Social', uma nova instância do bloco, projetada como ferramenta da luta contra a pobreza e a exclusão.
Hugo Varsky, representante da Chancelaria argentina para a Integração e a Participação Social, disse à Efe que um dos acordos é de realizar a segunda 'Cúpula Social' junto com a reunião de ministros.
Em janeiro, além da cúpula presidencial dos dias 18 e 19, haverá um seminário com organizações sociais, que entregarão suas conclusões aos chefes de Estado.
Fontes diplomáticas disseram que o conflito entre Argentina e Uruguai pela construção de fábricas de celulose na fronteira entre os dois países não foi tratado 'pelo menos de forma direta' durante a reunião de negociadores.
Montevidéu insiste numa intervenção do Mercosul, criticando os bloqueios de pontes organizados por argentinos que se opõem às fábricas. Mas o tema não foi mencionado na reunião desta sexta-feira.
Segundo fontes consultadas pela Efe, o Uruguai se limitou a expor sua necessidade de receber investimento estrangeiro e a reivindicar o direito ao livre trânsito entre os membros do Mercosul, que considera diretamente afetado pelos bloqueios.
A delegação uruguaia se recusou a fazer declarações aos jornalistas sobre o assunto. Já os argentinos mantiveram a firme oposição à discussão de um 'assunto bilateral' na agenda do Mercosul.
O secretário de Relações Econômicas Internacionais argentino, Alfredo Chiaradía, explicou que o Governo de Néstor Kirchner não aprova os bloqueios. Mas considerou os protestos uma resposta 'à decisão unilateral de instalar fábricas sem sequer fazer uma consulta' ao país vizinho.