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SÃO PAULO - Os quatro governadores do Sudeste articulam a formação de uma frente com o objetivo de integrar políticas comuns e exercer pressão junto ao governo federal. A primeira reunião dos representantes de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo será no início de dezembro.
O assunto foi o foco do encontro desta quinta-feira entre o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), e o governador reeleito do Espírito Santo (PMDB), Paulo Hartung. Um dos principais temas de integração entre os quatro Estados é a segurança pública, na área de inteligência e banco de dados das polícias.
- Trocamos idéias a respeito de programas comuns entre os Estados, inclusive a segurança, onde ele (Hartung) tem experiência bastante boa, de enfrentamento. Falamos também sobre importância da regulamentação dos precatórios - disse Serra a jornalistas após o encontro realizado em sua residência na capital paulista.
De acordo com o governador eleito, há uma emenda constitucional e um projeto de lei apresentados no Senado que disciplinam a questão dos precatórios e que, segundo Serra, protegem os desapropriados e permitem arrumar melhor as finanças dos Estados.
Para Hartung, a aliança entre do Sudeste encontra um momento propício.
- Pela primeira vez os quatro governadores têm uma forte relação pessoal. Isso pode permitir o desenvolvimento de políticas públicas que são o sonho da região - afirmou referindo-se também a Aécio Neves (PSDB-MG) e Sergio Cabral (PMDB-RJ).
Ele ponderou que esta articulação não atrapalha as negociações entre os demais governadores, como na reunião desta quinta-feira em Brasília em que 16 deles estiveram presentes, inclusive Hartung, e que antecedeu conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Serra disse ainda que foi convidado para um jantar na residência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nesta noite, mas não pôde comparecer porque já havia agendado a reunião com Hartung.
Estavam presentes ao jantar de cúpula o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), o candidato derrotado do PSDB à Presidência Geraldo Alckmin e Aécio.
Segundo Serra, sua ausência não significa desinteresse pelos assuntos do partido. Ele afirmou ainda que uma nova sigla a ser criada por ele é 'especulação da imprensa'.