PORTO ALEGRE - O empresário Jorge Gerdau Johannpeter reiterou nesta terça-feira não estar disposto a assumir um ministério. Ele também negou que tenha recebido qualquer convite para integrar a equipe do segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- É definitivo. Vou continuar tentando ajudar como empresário. Não recebi convite e pretendo não receber - disse Gerdau a jornalistas. Especulações dão conta que ele poderia ocupar a pasta do Desenvolvimento ou mesmo da Fazenda.
O empresário do setor siderúrgico resumiu suas conversas com integrantes do governo Lula como uma contribuição, mas negou que tenha sido estabelecida qualquer agenda de debates ou mesmo que tenham sido apontadas questões ou pendências a serem resolvidas.
Para Gerdau, seu papel é 'vender a idéia' da eficácia dos métodos de gestão usados na iniciativa privada como modelo para enfrentar a crise do setor público. Na sua opinião, a melhoria na organização e o uso de índices estatísticos para controle de metas e resultados trariam um aumento imediato na eficácia das ações governamentais.
Como exemplo, Gerdau aponta estudos em que o controle de gestão na Previdência seria capaz de gerar uma economia de R$ 50 bilhões em três anos.
- No fundo, o governo é uma grande empresa de serviço - disse Gerdau.
Para o empresário, a receita da gestão seria útil até para controlar a corrupção, problema que seria comum também na iniciativa privada.
- Isso é da vida. Não tem quem não tenha enfrentado. Mas até isso se reduz com boas tecnologias de gestão - afirmou.
Na opinião do empresário gaúcho, o maior desafio do segundo governo Lula é atingir a meta de crescimento anual de 5%. Para cumprir o objetivo, a fórmula seria aplicar um rígido controle gerencial capaz de romper um ciclo de 20 anos de baixos índices de poupança interna, causado principalmente pela ineficácia e desperdício do setor público. Ao economizar recursos, os governos seriam capazes de alimentar uma consistente política de geração de emprego. (Reuters)