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Amorim convida Bolívia para falar de hidrelétricas

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Reuters

BRASÍLIA - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, anunciou na terça-feira que convidou o chanceler boliviano, David Choquehuanca, para conversar sobre a construção de duas represas na bacia do Amazonas, projeto que desperta preocupação no governo da Bolívia.

- Estou convidando o ministro Choquehuanca para vir ao Brasil. Quem sabe ao redor de 18 de dezembro... e isso poderá ser discutido - disse Amorim a jornalistas.

A Bolívia manifestou preocupação com possíveis danos ecológicos e econômicos que poderiam decorrer da decisão do Brasil de construir duas represas no rio Madeira, na bacia no Amazonas, para construir duas hidrelétricas.

O chanceler boliviano enviou em 7 de novembro uma carta para Amorim em que planeja a criação de uma comissão binacional para analisar os projetos.

Amorim disse que 'são hidrelétricas que se desenvolvem totalmente em território nacional', e acrescentou que 'o desejo de ter informação é totalmente legítimo. Além disso, nunca será nossa intenção omitir qualquer informação'.

Os projetos hidrelétricos Jarau e San Antonio localizam-se no rio Madeira, nome no Brasil do rio Madera no extremo Leste da Bolívia, onde se concentra a entrada do país andino para a bacia amazônica.

A carta do chanceler da Bolívia, citada por jornal boliviano, indicou que as represas provocariam inundações em povoados bolivianos. Amorim, no entanto, garantiu que o Brasil examinará a questão com a Bolívia de forma totalmente aberta.

- Vamos atuar com total transparência nesse aspecto, como é normal entre países amigos. Não vemos razão para preocupação. Esperamos uma ocasião para mostrar e dizer isso de maneira clara. Não há nada a esconder - afirmou.

O complexo hidrelétrico do rio Madeira é um dos grandes projetos do governo Lula para garantir o abastecimento de energia elétrica no país nos próximos anos, assim como a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, Pará, que também enfrenta problemas ambientais para ser concretizada.