JUSTIÇA

‘É bom que o TSE não seja xingado’, diz Gilmar Mendes

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Por JORNAL DO BRASIL, com Agência Estado
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Publicado em 22/02/2022 às 07:50

Alterado em 22/02/2022 às 07:50

Gilmar Mendes Carlos Moura/STF

Bruno Luiz e Giordanna Neves - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, decano da Corte, afirmou nessa segunda (21), durante o Broadcast Live, que, diante das eleições deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desempenhará o papel de árbitro, em analogia ao futebol. Segundo ele, definido o cenário eleitoral e os concorrentes na disputa, os candidatos criticarão eventuais adversários e o TSE realizará a função de arbitrar o jogo. “É bom que ele não seja xingado”, afirmou.

“No que diz respeito ao futebol, o bom juiz é aquele que não tumultua. Que não se torna o centro das atenções. As atenções tem que ser voltadas a quem faz o espetáculo, aos jogadores”, afirmou o decano, em comparação ao futebol. “Devemos guardar e preconizar serenidade e que o diálogo seja mantido”, reforçou.

Questionado sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aos ministros da Corte, o decano reforçou a necessidade de diálogo entre os Poderes. Segundo ele, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, são figuras que tentam “controlar controvérsias que são pouco construtivas”.

 

Depoimento

Em relação à decisão de Bolsonaro em não comparecer à Polícia Federal para prestar depoimento sobre o suposto vazamento de dados sigilosos da corporação, após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, Mendes afirmou que não tem repercussão no processo.

“Se houver uma decisão ou outra, especialmente liminares, são passíveis de recursos para o próprio plenário. E nós fazemos essas considerações e ponderações”, disse. “Esses temas precisam ser definidos, decididos, e merecem no futuro uma contribuição legislativa para não termos essas tensões”. Segundo ele, há “tanta coisa para fazer, para construir na relação entre Executivo, Legislativo e Judiciário, e às vezes nos perdemos nessas borbulhas”, enfatizou.