
INFORME JB
IBGE lança Mapa Político do Brasil
Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
gilberto.cortes@jb.com.br
Publicado em 26/09/2022 às 17:53

Saiu hoje, do forno da diretoria de Geociências do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a nova edição do “Mapa Político do Brasil”, versão 2021, na escala 1:5.000.000, na qual 1 cm no mapa corresponde a 50 km no terreno. Produzido a cada cinco anos, o Mapa é uma radiografia completa da organização político-administrativa do país através de seus 26 estados e do distrito federal e a sede dos municípios selecionados para representação nessa escala.
Trata-se de um roteiro fundamental para qualquer candidato a cargo majoritário. Muitos, que nem ideia têm, poderão entender um pouquinho mais a distância entre as promessas e a dura realidade do país.
Políticos à parte, o material é orientador indispensável a instituições públicas, profissionais da educação, estudantes e à sociedade em geral.
Uma aula de Brasil
As informações cartográficas retratadas no mapa, configuram ampla aula de Brasil e de cada umas das unidades da federação. Servem a candidatos a presidente, a governo estadual, Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas.
Para a navegação, em seu site, o IBGE dividiu o levantamento em oito categorias. Hidrografia: descreve os corpos d’água e ilhas; Sistema de transporte: abarca rodovias, ferrovias, portos e aeródromos; Energia e comunicações: identifica as usinas.
Os pontos geográficos compreendem Pontos de referência: os pontos extremos do país; Relevo: com identificação de montes e picos; e Toponímia: segundo os critérios estabelecidos pela Gerência de Nomes Geográficos (GNG) do IBGE.
Limites domésticos e internacionais
O Mapa indica ainda os Limites: internacionais (caráter informativo), estaduais e distrital e as linhas náuticas;
As localidades são classificadas conforme a população. Nessa escala, nas regiões onde não é possível a representação de todas as localidades, retratam-se as de maior população.
A cruzada de Alcolumbre
Davi Alcolumbre (União Brasil) colocou sua tropa de choque no Amapá para criar “fakes” da candidata Rayssa Furlan, sua concorrente, do MDB.
Assustado com o crescimento da candidatura de Rayssa, ele quer se descolar de todo custo dos eleitores de Jair Bolsonaro. Rayssa trouxe para perto as mulheres do Amapá e seu discurso é de renovação na política do estado.
Com a redução de sua vantagem nas últimas pesquisas, após vir à tona o escândalo de “rachadinhas” em seu gabinete, quando presidia o Senado Federal, Alcolumbre resolveu usar todos os "métodos" para não perder a cadeira de senador.
A volta do churrasquinho?
E por falar em IBGE, o instituto revelou semana passada, no levantamento da Pesquisa da Pecuária Municipal, que em 2021, o rebanho bovino nacional bateu o recorde e chegou a 224,6 milhões de cabeças, com crescimento de 3,1% sobre 2020. Este é o maior volume desde os 218,2 milhões de cabeças registrado em 2018. A maior parte é de bois de corte.
Com 32,4 milhões de cabeças, Mato Grosso, lidera o “ranking” dos estados, com 14,4% do rebanho nacional, seguido dos 10,8% de Goiás. Mas a maior concentração é no gigantesco município de São Félix do Xingu (PA), com 2,5 milhões de cabeças.
A notícia pode ajudar os planos do ex-presidente Lula, de devolver ao brasileiro mais pobre o hábito de comer carne. Em 2018, para uma população de 215,150 milhões de brasileiros havia 1,0415 bois per capital; agora o coeficiente aumentou para 1,04206.
Como a produtividade do rebanho de corte brasileiro aumentou com novas técnicas de cruzamento de bovinos zebus com gado europeu, para produzir mais carne em menos tempo (a idade de abate está diminuindo com mais carne por animal) há possibilidades de a carne bovina parar de subir tanto (este ano já subiu bem menos que o preço do frango).
Depende dos chineses
Um dos motivos é que o apetite chinês diminuiu com os “lockdowns” para combater a Covid-19, que desacelerou fortemente sua economia. E outro motivo para isso é que a produção local de carne suína (a preferida dos chineses) voltou a crescer, depois de quatro anos de recomposição do rebanho atingido pela peste suína africana.
Por sinal que, enquanto os chineses sentiam falta da carne de porco, para tentar ganhar espaço na China, o rebanho suíno brasileiro, metade concentrado nos estados do Sul, aumentou 3,2% em 2021, chegando ao recorde de 42,5 milhões de animais. O Toledo (PR) é o líder nacional, com 869,2 mil de cabeças.
Leite só aumenta no preço
E o levantamento do IBGE ajuda a explicar porque o litro de leite está tão caro no Brasil, superando o preço do litro de gasolina (com as reduções de preços eleitoreiras do governo Bolsonaro). É que a produção de leite de vaca ficou estagnada em 2021 nos mesmos 35,3 bilhões de litros produzidos no ano anterior. Castro (PR) é maior produtor, com 381,7 milhões de litros.
Retrocesso de 200 anos
O Arquivo Geral da Cidade recebe amanhã, 27 de setembro, às 11h, na Cidade Nova, a palestra de Christian Lynch, doutor em Ciência Política, “O Pensamento Político da Independência na Corte Carioca". Professor do Instituto de Estudos Políticos e Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ). Lynch vai analisar o papel e a importância da cidade do Rio de Janeiro no processo de Independência do Brasil, bem como aspectos ligados à sua histórica capitalidade e à formação do pensamento político brasileiro.
A palestra, que faz parte das comemorações do Bicentenário da Independência, pode servir para comparar se as elites brasileiras evoluíram ou estão mais atrasadas do que há 200 anos.
Na época, já se discutia, por intermédio de Bonifácio de Andrade, questões como a abolição da escravatura, a reforma agrária e a universalização da educação, conquistas e direitos negados hoje por concorrentes nas eleições.