INFORME JB

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Bradesco não aceita 'prova de vida' de inativos e pensionistas do Governo do Rio

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Por MARCIO.G, [email protected]
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Publicado em 22/01/2022 às 10:59

Alterado em 22/01/2022 às 11:11

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Não há excrescência maior que a chamada 'prova de vida', impingida pelo governo federal (INSS) e administrações estaduais a velhos e velhas que recebem parcas pensões e aposentadorias nos maiores e mais ricos bancos brasileiros.

Anualmente, a turma que anda "na tábua da beirada", como se diz, é obrigada a sair de casa em direção às agências bancárias para provar que está vida e com isso poder continuar a receber seus caraminguás poupados uma vida inteira com descontos previdenciários. Os bancos, que ganham bilhões anualmente e tarifam até a alma dos clientes, não têm recursos para empreender uma força-tarefa que dispense a saída de casa desses enjeitados pela sociedade. E os políticos, como se vê, estão preocpados com as rachadinhas dos orçamentos secretos...

Agora, durante a pandemia, o caso é mais grave. Tendo sido dispensada durante alguns meses, a 'prova de vida' foi readmitida no início deste ano e tem de ser feita obrigatoriamente. Filas de velhos nas portas das agências. Máscaras baratas a cobrir a face, sem a correta proteção dos perdigotos perdidos.

No Piauí, outro dia, um velho em uma maca foi parar na porta do Banco do Brasil para dizer ao gerente que ainda respira e precisa continuar a receber seu dinheiro e comprar os remédios, que são muitos.

Como é que um empertigado Pacheco, presidente do Senado, ou um sempre bem toucado à graúna Luiz Fux não se comovem com uma foto como esta abaixo?

 

Macaque in the trees
Um idoso na porta do Banco do Brasil, no Piauí, sobre uma maca, para provar que está vivo - e continuar a receber sua aposentadoria (Foto: reprodução)

 

E caso grave, recente, é o do Bradesco, que se recusa a obedecer uma ordem do RioPrevidência (RJ). Entre os velhos que precisam porovar que estão vivos, há aqueles nonagenários que não andam e estão sobre camas, em suas casas. O RioPrevidência mandou o Bradesco aceitar a prova de vida, nestes casos, feitas por parentes dos doentes, que não precisam nem levar procurações avalizadas por cartórios (que custam R$ 500,00, no mínimo, outro escândalo no país das rachadinhas): basta levar - entre vários documentos - um laudo médico assinado e carimbado, atestando que o velho está vivo e não pode andar (nem para ir ao cartório fazer a tal procuração). A autorização foi publicada no Diário Oficial do Rio de Janeiro, em 3/12/2021, parte 1, páginas 5 e 6 (Portaria 432, RioPrev, de 30/11/21).

O Bradesco, que manda mais no Brasil que o "posto Ipiranga" Paulo Guedes, diz que não faz, e ponto. Pelo menos foi o que disse a gélida gerente Marcele Marins, nessa sexta (21), ao filho de um velho que vive de fralda sobre uma cama - afastado do convívio social por causa da pandemia. O prazo termina dia 25/1 e o idoso ficará sem pagamento.

E o que faz o cantor Claudio Castro, além de aglomerar em shows evangélicos?

O que faz o presidente rachador?

 

 

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