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MP abre novo inquérito para investigar Alckmin

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) determinou a abertura de novo inquérito para investigar o ex-governador de São Paulo e candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin. O procedimento tomou como base reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que revelou desapropriações de terrenos de familiares do tucano na região de São Roque, interior paulista.

No Rio, em campanha, Alckmin reagiu com veemência. “Não tem procedência. É sempre estranho abrir inquérito a 14 dias das eleições”, afirmou o tucano, em caminhada pelo bairro da Tijuca. Segundo o promotor Marcelo Milani, autor da denúncia, há “notícia de eventual irregularidade em decretos editados por Geraldo Alckmin, então governador de São Paulo, que dispôs sobre desapropriações de terrenos pertencentes a seu sobrinho Othon Cesar Ribeiro e à esposa dele, Juliana Fachada Cesar Ribeiro, visando o prolongamento de São Roque”.

O promotor narra que, “segundo a matéria jornalística, as desapropriações teriam rendido a Othon e a Juliana ao menos R$ 3,8 milhões: R$ 2,2 milhões referente à desapropriação de 28,4 mil m2 de terras (valor já fixado em sentença proferida em março de 2018, com atualização por correção e juros compensatórios resultando num total de R$ 3 milhões) e R$ 819 mil relativos à desapropriação de 15,7 mil m2 de área, já depositados pela CCR ViaOeste, mas sem decisão definitiva”.

“O valor fixado em sentença (R$ 2,2 milhões) seria expressivamente superior ao que foi discutido no início do processo e ao que a própria matrícula do imóvel registrou em 2012, sendo certo que não teria havido valorização da região nos últimos 6 anos”, escreve Milani.

Milani destaca que “alegou-se que só parte das terras desapropriadas coincidiram com a via construída e que a obra não teria melhorado o trânsito ou a qualidade de vida dos moradores da região, indicando que os decretos teriam a finalidade exclusiva de suposto favorecimento aos familiares de Geraldo Alckmin”.