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Procuradores pedem que Aras investigue suposta 'conivência' de Bolsonaro com bloqueios em rodovias
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 01/11/2022 às 19:59
Alterado em 01/11/2022 às 19:59

Um grupo de aproximadamente 200 procuradores do Ministério Público Federal (MPF) enviou um ofício ao procurador-geral da República, Augusto Aras, pedindo a abertura de uma investigação sobre a suposta "conivência" do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras autoridades com foro privilegiado com os bloqueios em rodovias pelo país.
Até as 15h30 desta terça-feira (1º), 184 procuradores haviam assinado o documento.
No ofício, eles afirmam que compete ao presidente a determinação para que órgãos do governo federal tomem providências para desobstruir as estradas, o que não ocorreu. Segundo eles, houve "omissão" do presidente no caso.
"É inadmissível que qualquer autoridade, diante de uma escalada que quer suplantar a legitimidade do voto popular pela força e pela desordem, assista impassivelmente a esse cenário, sem qualquer consequência. [...] A omissão do excelentíssimo senhor presidente, nesse contexto, pode ter relevância penal, nos termos do parágrafo segundo do artigo 13 do Código Penal, além de poder configurar outros crimes correlatos", diz o ofício.
Para os procuradores, a função do Ministério Público é "a defesa do regime democrático", da ordem jurídica e das instituições.
"Nada mais é tão atentatório contra elas [instituições] que movimentos de insurreição que querem solapar o voto popular, com a eventual conivência ou mesmo instigação da autoridade que chefia o país", diz o documento.
Mais cedo nesta terça-feira (1º), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que ainda havia "267 pontos ativos de bloqueio" em rodovias em diversos estados do Brasil. Os apoiadores de Bolsonaro dizem que não aceitaram a derrota nas eleições presidenciais. (com Sputnik Brasil)