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Comandante dá aval à greve da PM em MG; governador não se pronuncia
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 21/02/2022 às 07:40
Alterado em 21/02/2022 às 08:00

O comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, liberou, no sábado (19), a participação de militares da ativa nos protestos contra o governador Romeu Zema (Novo), marcado para esta segunda (21), em Belo Horizonte e em diversos municípios do interior do Estado. Na capital mineira, o ato acontece a partir de 9h, na praça Rui Barbosa (Praça da Estação), no hipercentro da cidade.
Por meio de nota, Rodrigues afirmou que “se mantém, diuturnamente, engajado na defesa dos interesses e direitos da corporação”.
“Trata-se de um evento legítimo, inclusive com a participação de quem ombreia na ativa ou ombreou o bom combate e estabeleceu alicerces para estarmos onde estamos”, afirmou o militar.
Ainda na nota, o comandante-geral afirma que o protesto deve ser pacífico, para que “nenhuma ação retire o brilho do respaldo que a nossa instituição conquistou até hoje”.
“Continuaremos em franca negociação com o governo do estado, que já reconheceu nossas perdas inflacionárias e busca soluções para a reposição da remuneração da tropa, que tem se desdobrado, inclusive na pandemia, para que o estado continue a ser referência em segurança pública”, disse Rodrigues.
O comandante-geral termina seu comunicado à tropa pedindo “que Deus nos abençoe”.
O militar assumiu o comando-geral da PM mineira em junho de 2020, após ocupar os cargos de chefe do Gabinete Militar e Coordenador da Defesa Civil de Minas Gerais.
Uma segunda nota da corporação, desta vez assinada pela assessoria de imprensa da PM, divulgada na manhã desse domingo (20), afirma que o documento do comandante-geral “tem como objetivo trazer tranquilidade para a população”.
“O comando da PM reconhece que a manifestação é legítima, inclusive prevista na Constituição Federal, e pede aos policiais militares da ativa, que estejam de folga e de férias, e os da reserva, para que o ato seja pacífico e não traga nenhum transtorno para o povo mineiro, que tem a instituição como seu patrimônio”, afirma a nota.
Recomposição salarial
O ato dos policiais militares de Minas Gerais tem como objetivo pressionar o governador Zema para cumprir um acordo que fez com a categoria para recompor perdas inflacionárias dos vencimentos de policiais militares, civis e penais, bombeiros militares e agentes, no fim de 2020.
O Projeto de Lei 1.451 de Zema, enviado à Assembleia Legislativa, previa uma recomposição de 41% para a remuneração desses profissionais da área de segurança, dividida em três parcelas, com 13% em julho de 2020, 12% em setembro de 2021 e 12% em setembro de 2022.
Pelos cálculos de lideranças do movimento, a previsão é de que entre 10 mil e 20 mil servidores participem da manifestação em Belo Horizonte. O movimento das polícias impõe um desafio político ao governador, que disputa a reeleição. Até a publicação dessa reportagem, ele não se manifestou. (Eduardo Cheren/Agência Estado)