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Após comentários de 'youtuber', ministros do STF dizem que apologia ao nazismo é 'execrável'

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Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 09/02/2022 às 07:52

Alterado em 09/02/2022 às 07:52

O 'youtuber' Monark tem milhares de seguidores na internet Foto: reprodução de vídeo

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes se Juntaram aos milhares de usuários do Twitter que têm repercutido as declarações do youtuber e podcaster Monark em um episódio do programa Flow Podcast com a presença dos deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP). Pela rede social, e sem citar o influenciador, os magistrados repudiaram a apologia ao nazismo e destacaram tratar-se de crime.

“Qualquer apologia ao nazismo é criminosa, execrável e obscena. O discurso do ódio contraria os valores fundantes da democracia constitucional brasileira. Minha solidariedade à comunidade judaica”, escreveu Gilmar Mendes em seu perfil no Twitter.

 

 

O ministro Alexandre de Moraes também foi firme ao definir o nazismo como ideologia abominável, que não mantém relação com o direito de livre pensamento. “A Constituição consagra o binômio: liberdade e responsabilidade. O direito fundamental à liberdade de expressão não autoriza a abominável e criminosa apologia ao nazismo”, disse.

O termo Monark se tornou o assunto mais comentado do Twitter nessa terça-feira (8). como centenas de milhares de menções. Durante o programa com os deputados, o youtuber defendeu a existência de um partido nazista no País - o qual deveria ser reconhecido pela Justiça Eleitoral - e argumentou que pensamentos desta natureza não deveriam ser considerados crime. O influenciador foi demitido.

As declarações geraram reações instantâneas nas redes sociais. Influenciadores, militantes e políticos se engajaram na discussão para rechaçar os comentários de Monark e, em menor volume, defendê-lo. Um boicote aos Estúdios Flow, responsável pelo Flow Podcast, passou a ser organizado no Twitter com o objetivo de provocar os patrocinadores do programa a romperem seus contratos.

 

 

A onda de indignação gerou a perda de ao menos três patrocinadores da empresa nesta terça: a Flash Benefícios, que produz cartões para pessoas jurídicas, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e a Insider Store. “Não há sociedade livre quando há intolerância ou busca de legitimação de discursos odiosos, nazistas e racistas, tecidos a partir de uma suposta liberdade de expressão. Reforçamos que todo e qualquer tipo de opinião jamais pode ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de um grupo da sociedade", declarou a Flash Benefícios em nota.

Em resposta à repercussão do caso, Monark publicou um vídeo no Twitter, no qual alega estar “muito bêbado” durante a gravação do programa e pede desculpas à comunidade judaica por ter defendido durante parte da discussão a necessidade de legalizar o nazismo a ponto de torná-lo parte da política institucional brasileiro.

Também pelo Twitter, o perfil “Judeus Pela Democracia” publicou que “ideologias que visam a eliminação de outros têm que ser proibidas''. Racismo e perseguições a quaisquer identidades não são liberdade de expressão”. Após o pedido de desculpas de Monark, a conta afirmou que ele “assumiu o risco de fazer o programa bêbado”. (Agência Brasil)

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