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Garimpeiros fazem 'paredão' com 600 balsas contra fiscalização no rio Madeira
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 25/11/2021 às 08:59
Alterado em 25/11/2021 às 09:03
Apesar da atividade de extração de ouro ser ilegal e configurar crime ambiental, embarcações avançam há dois dias na região dos municípios de Autazes e Nova Olinda do Norte em busca de ouro.
Cerca de 600 balsas de garimpeiros ilegais estão destruindo o Rio Madeira agora. Isso pertinho de duas Terras Indígenas do povo Mura. Atualmente somos apenas 300 agentes de fiscalização disponíveis para atuar em TODO o país. Esse é o tamanho do buraco que estamos enfiados. pic.twitter.com/gqqJwkrM43
— AAF Wallace Lopes (@wallacerrlopes) November 24, 2021
Nesse processo de mineração, as embarcações revolvem o fundo do rio, sugam o material para filtrar o ouro e devolvem a água em seguida.
Essas operações geram extremo dano ambiental, porque acabam com todo tipo de alimento de centenas de espécies de peixes, comprometem a qualidade da água e geram assoreamento.
Exclusivo: Em áudio, garimpeiros que participam de levante no Rio Madeira falam em montar um "paredão de balsas" contra qualquer fiscalização e ação policial. Afirmam que vão queimar unidades do Ibama e ICMBio se houver ação contra garimpo.@estadao: https://t.co/LXi1RVAnRC
— André Borges (@AndreBorges_JOR) November 24, 2021
Em nota, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) informa que atividades de exploração mineral naquela região não estão licenciadas, portanto, são irregulares.
Em imagens publicadas nas redes sociais, é possível observar balsas, empurradores, barcos e todo o aparato para extração de ouro no rio. Os equipamentos formam uma vila flutuante em frente à comunidade.
Centena de balsas de garimpo ilegal se amontoam no Rio Madeira, a 120 km de Manaus. População está assustada, pois é comum que garimpeiros andem armados. Pelo lado ambiental, igualmente grave. Balsas sugam o leito do rio e poluem o afluente com mercúrio.
— Waldick (@JuniorWaldick) November 24, 2021
Vídeo de uma moradora???????? pic.twitter.com/eGP3nRpEEg
Além da mineração, o Ipaam destaca em nota que pode haver outras possíveis ilegalidades que devem ser investigadas, tais como: mão de obra escrava, tráfico, contrabando e problemas com a capitania dos portos.
A mobilização no rio Madeira se deve à notícia que correu entre os garimpeiros de que teria sido encontrado um grande volume de ouro no local. Em situações comuns, essas balsas se mobilizam de forma independente. Dessa vez, porém, mais de 600 se dirigiram para a região. (com agência Sputnik Brasil)