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Vassouras: onde a riqueza da cultura substitui o Império do Café

Empreendimento do empresário Ronaldo Cezar Coelho muda a história da cidade e a coloca como novo polo cultural do Estado do Rio

Por JORNAL DO BRASIL, [email protected]
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Publicado em 05/09/2021 às 09:04

Alterado em 05/09/2021 às 09:54

Museu Vila de Vassouras - Situação futura da fachada Prochnik Arquitetura

Se Vassouras foi o símbolo da riqueza e da opulência geradas pelas lavouras de café que a tornaram a maior produtora do grão do planeta durante o período imperial, a cidade, hoje, se transforma no mais importante centro de educação e cultura do estado.

Porém, esse "novo ciclo " de desenvolvimento não está sendo plantado, como no passado, por imensas lavouras de café, mas sim cultivado pela cultura.

Um dos principais palácios locais, a Santa Casa de Misericórdia de Vassouras, que se encontrava em ruinas, foi adquirido pelo empresário Ronaldo Cezar Coelho para "plantar" no meio da praça principal da cidade o MUSEU VILA DE VASSOURAS.

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Museu Vila de Vassouras - Vista aérea da praça onde está situado o empreendiento (Foto: Prochnik Arquitetura)

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Museu Vila de Vassouras - Investimento de R$ 50 milhões (Foto: Prochnik Arquitetura)

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Museu Vila de Vassouras - Obras devem terminar em setembro de 2022 (Foto: Prochnik Arquitetura)

Com uma reforma que já dura quase dois anos, o antigo hospital se transformou em um equipamento de cultura ao nível de qualquer museu importante do mundo.

Com cuidado e absoluto respeito à história do prédio e da cidade, Cezar Coelho estabeleceu algumas metas para o projeto: em primeiro lugar, diz ele, “vamos contar a história de Vassouras e região, marcada obviamente pela riqueza do café e pelos grandes responsáveis que a tornaram viável: os negros escravizados. Mas, também, vamos trazer arte e cultura contemporâneas”.

Ato raro no empresariado brasileiro, o investimento não tem recursos públicos. Tudo bancado pelo próprio empresário. Calcula-se na ordem de RS 50 milhões.

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Museu Vila de Vassouras - Situação futura de uma sala de exposições (Foto: Prochnik Arquitetura)

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Museu Vila de Vassouras - Situação futura de uma sala de exposições (Foto: Prochnik Arquitetura)

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Museu Vila de Vassouras - Situação futura da fachada (Foto: Prochnik Arquitetura)

A inauguração está prevista para exatamente daqui a um ano: setembro de 22. No entanto, Ronaldo não garante a data. Segundo ele, a tecnologia embarcada em todo projeto é muito complexa, e sua implementação pode exigir um pouco mais de tempo.

Além do novo museu, Vassouras vai se preparando para atender a esse "novo ciclo" de desenvolvimento, com novos equipamentos turísticos. Fazendas históricas que pertenceram a Barões do Império, tais como a Fazenda Guarita (hoje HOTEL DO CAFÉ - www.hoteldocafe.com.br) e fazenda São Luís da Boa Sorte, se transformaram em hotéis de luxo, onde o hóspede se sente, também, um verdadeiro barão.

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Hotel do Café (Foto: Foto: JB)

O Hotel Mara, o " Copacabana Palace” da cidade, antiga residência do irmão do Barão de Vassouras, com 60 apartamentos, passa por profundas reformas, mas já representa o renascimento da hotelaria na cidade.

Mais recentemente, prevendo o " boom" de turistas, foi inaugurado o Hotel Bliss, com 40 apartamentos. O Hotel Santa Amália se junta aos dois para oferecer estadia de qualidade aos turistas.
Outra novidade para o turismo de Vassouras é a linda estação Ferroviária, construída em 1880, que será transformada em um centro gastronômico, com padaria, sorveteria, restaurante e choperia.

Os palácios na cidade, que foram residências do Barão do Ribeirão e do Barão de Vassouras, estão sendo restaurados com primor pelo prefeito Severino Dias.

Fora essas iniciativas, some-se o Museu Cazuza, onde a mãe do cantor, Lucinha Araújo, também vassourense, colocou todo acervo do poeta.

O Museu Casa da Hera, residência de Eufrásia Teixeira Leite, a maior empresária brasileira do Império, representa a "cereja no bolo".

Se Vassouras já cedeu ao Brasil cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (o último é Luiz Roberto Barroso) e um governador (da Guanabara), Carlos Lacerda, agora vai oferecer cultura ao país.

E, por fim, a Universidade de Vassouras, com 6 mil alunos, também representa esse vetor de educação e cultura com base de desenvolvimento sustentável.

Praticamente falida há 6 anos e em vias de fechar as portas, a Universidade foi totalmente recuperada sob o comando de Marco Caputi, empresário que revolucionou a instituição, ao imprimir severa gestão dos recursos, implementando um plano estratégico. Assim, Caputi já construiu um centro de convenções para duas mil pessoas e um hospital de referência com 20 mil metros. Tudo com recursos próprios.

Se Minas tem o Museu de Inhotim, Vassouras e o Rio têm, agora, o MUSEU VILA DE VASSOURAS, o marco do novo ciclo de desenvolvimento da cidade. O ciclo da riqueza pela cultura. 

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Estação Ferroviária de Vassouras (Foto: Foto: JB)

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