BRASIL

Conselho de Ética da CBF afasta o presidente Caboclo, depois das denúncias de assédio sexual a uma funcionária

Circula nas redes sociais que ele havia prometido ao presidente Bolsonaro a demissão de Tite e a contratação de Renato Gaúcho para a dianteira da Seleção

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 06/06/2021 às 17:30

Alterado em 06/06/2021 às 18:54

Caboclo foi acusado formalmente por funcionária da CBF Ansa

O presidente Jair Bolsonaro estaria se articulando nos bastidores para tirar o atual técnico da Seleção Brasileira, Tite, e colocar Renato Gaúcho em seu lugar.

A finalidade de tal movimentação seria a de contar com um técnico que se alinhe com sua ideologia política e não se oponha à realização da Copa América no Brasil, que, ao que tudo indica, tem data para começar dia 13/6.

Bolsonaro teria montado um gabinete de crise para contornar a insatisfação dos jogadores e sua oposição à participação. De acordo com assessores, a realização da Copa América para o presidente é "uma questão de honra".

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, teria prometido ao governo federal que faria essa troca de técnicos. Porém, o mesmo foi afastado do cargo por 30 dias após denúncia de assédio sexual. Seu vice, Antônio Carlos Nunes, que é coronel da PM do Pará, assume durante o período de afastamento.

A imagem de Tite passou a ser vista com maus olhos após o seu pronunciamento a favor dos jogadores da Seleção Brasileira, que não defendem a realização da Copa América no Brasil após a desistência de Argentina e Colômbia. Com isso, o governo federal deseja essa mudança.

Nesse sábado (5), Bolsonaro participou de uma reunião por vídeoconferência com membros da Conmebol e reafirmou o apoio e a vontade de realizar o campeonato entre seleções sul-americanas no Brasil. Capitães das dez seleções foram sondados para se juntar à reunião, mas nenhum quis participar, de acordo com a mídia.(com agências Sputnik Brasil)

Interferência de Bolsonaro na CBF viola Estatuto da FIFA

Embora o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha abraçado a Copa América e tenha o objetivo de realizar a disputa no Brasil a todo custo, o Estatuto da FIFA proíbe a interferência estatal em assuntos internos das federações nacionais, sendo que o órgão já puniu algumas seleções anteriormente.

O Estatuto da Fifa, em seu artigo 14 e 19, fala sobre a independência e autonomia de suas federações em atuar e tomar decisões sem nenhuma interferência de terceiros em seus assuntos internos.

“No trato com instituições governamentais, organizações nacionais e internacionais, associações e agrupamentos, pessoas vinculadas por este Código devem, além de observar as regras básicas do art., permanecer politicamente neutro, de acordo com os princípios e objetivos da Fifa”, consta no Estatuto.

“Pessoas vinculadas por este Código não devem desempenhar suas funções (em particular, preparar ou participar na tomada de uma decisão) em situações em que um conflito de interesses existente ou potencial pode afetar tal desempenho”, diz o artigo 19.

A Fifa determina que “a violação deste artigo será sancionada com uma multa apropriada de pelo menos 10 mil CHF (moeda oficial da Suíça, que equivale a R$ 56,13 mil), bem como a proibição de participar de qualquer atividade relacionada ao futebol por um máximo de dois anos”.(Com Metrópoles e Diário do Centro do Mundo)