BRASIL

Delegados falam em decepção com Anderson Torres e receio com imagem de independência da PF

Ministro escolheu Paulo Maiurino para o cargo de diretor-geral, visto com desconfiança pela proximidade com o meio político

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 07/04/2021 às 08:18

Alterado em 07/04/2021 às 08:21

Paulo Maiurino foi exonerado depois da carta em tom político que chamou Sergio Moro de mentiroso Alesp

Diversos quadros da Polícia Federal se disseram decepcionados com Anderson Torres (Justiça) pelo anúncio do novo diretor-geral. O escolhido para o cargo, Paulo Maiurino, está fora da PF desde 2009, ocupando funções políticas nesse período.

Na opinião de servidores ouvidos pela coluna Painel, da Folha, a decisão de Torres causa preocupação com a imagem de independência da polícia. Delegados também apontam que, pelo tempo fora, Maiurino não tem história na PF para ter chegado ao posto.

Internamente, Maiurino tem sido comparado com Kássio Nunes Marques, do Supremo: alguém que correu por fora e conseguiu alcançar o cargo. Assim como o ministro, ele é visto com desconfiança pela proximidade com o meio político.

O principal receio é de como o novo diretor vai gerenciar crises provocadas pelos trabalhos sensíveis da PF, principalmente os de combate à corrupção.

Quem conhece Maiurino, porém, o defende. Essas pessoas dizem que ele levará novos ares ao órgão. Em 2019, Jair Bolsonaro disse à Folha que era preciso dar uma "arejada" na polícia.(Folhapress)