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Pag. 8 - Salvar os banqueiros e assassinar os pobres

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Os pobres sempre foram vistos como servidores da vida dos ricos, como escravos formais os governos da união europeia se preparam para, uma vez mais, salvar os bancos da crise financeira, sob o pretexto de que isso é necessário, a fim de salvar a economia.

Prevê-se uma injeção de capital da ordem de seiscentos bilhões de euros. com esse dinheiro, aplicado em programas de desenvolvimento econômico e de assistência urgente contra a fome e as endemias e epidemias nos países pobres (como é o caso mais dramático, o do haiti), seria possível impedir a morte prematura de milhões e milhões de pessoas, sobretudo de crianças. os banqueiros enriquecem-se com o dinheiro dos depositantes e devedores; distribuem grandes lucros a si mesmos, como representantes dos acionistas, cometem crimes calculados, certos de que os governos os salvarão. é o que ocorre, quase sempre: em lugar de serem punidos, são salvos pelos estados, que deveriam defender os interesses dos cidadãos que trabalham e produzem bens.

Nos últimos tempos globalizantes e neoliberais, o que vem ocorrendo é a mais brutal transferência de renda dos produtores (trabalhadores e empresários industriais) ao sistema financeiro, e a crescente irresponsabilidade dos principais bancos do mundo.

Também ontem se soube que, em kosovo, na guerra que conduziu à independência, houve a matança organizada e coordenada de sérvios e kosovos-albaneses, para que de seus cadáveres se retirassem os rins, destinados ao mercado negro europeu de órgãos. de acordo com a investigação, realizada por di ck marty, ex-juiz suíço e atual membro do conselho da europa, pelo menos 500 pessoas, presas durante o conflito, foram retiradas das celas improvisadas, conduzidas a locais escolhidos e equipados de instrumental adequado. ali, uma a uma, recebiam um tiro na cabeça e, ato contínuo, eram estripadas. os rins imediatamente se destinavam a hospitais e cirurgiões privados que os aguardavam, para atender à demanda dos pacientes na europa rica.

Os pobres sempre foram vistos como servidores da vida dos ricos, como escravos formais ou sob contratos leoninos de trabalho. o avanço da ciência médica, em lugar de servir para dar-lhes mais tempo de vida saudável, con dena-os, em determinadas circunstâncias, a se tornarem vítimas de brutal canibalismo. a eventual doação de órgãos deve ser decidida pelas pessoas enquanto vivas, mediante documentos claros e precisos de sua livre vontade.

Como sempre se denuncia – e em alguns casos há indícios fortes, como nessa denúncia de uma pessoa idônea e respeitável, o suíço marty – os pobres têm servido de conjuntos desmontáveis, como os automóveis roubados, a fim de oferecer peças de reposição aos que podem pagar bem a fim de adiar a própria morte.

E temos outras informações chocantes, como a do surgimento de uma organização de moradores do tradicional bairro da alta classe média de são paulo, higienópolis, em defesa de seus cães.

Como informou a folha de s.

Pa u l o , exigem que a prefeitura cuide das praças do bairro elegante, onde seus cães passeiam todos os dias, levados por empregados ou pelos próprios donos, de forma a dar dignidade aos animais.

Entre outros benefícios, reivindicam tanques de água fria, para o banho refrescante de seus animais, além da higiene cuidadosa do chão onde transitam.

Como pagam seus impostos municipais, talvez em dia, é provável que a prefeitura os atenda, concedendo existência digna aos cães de raça nobre, como os labradores, são-bernardos, huskies siberianos e pastores belgas, sem esquecer os diminutos lhassas e pequineses.

Quanto às crianças, perambulantes pelas ruas, que tratem de ser astutas, para não serem mortas pelos que querem sanear as metrópoles, como ocorreu na candelária e em outros lugares. elas e os moradores de rua – mais odiados ainda do que os cães sem dono – não têm tanques onde banhar-se e exalam o odor dos desprezados.