Ataque de Israel a campo de refugiados em Gaza mata mais de 70, diz Hamas

Militares revelaram que alvo era líder do braço armado do grupo

Por JB INTERNACIONAL

Hamas afirmou que mais de 280 pessoas ficaram feridas

Um ataque aéreo israelense atingiu o campo de refugiados Al-Mawasi, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, e deixou ao menos 71 pessoas mortas e 289 feridas, informou o Ministério da Saúde do enclave palestino neste sábado (13).

O novo boletim revisa um comunicado divulgado anteriormente que contabilizava ao menos 20 vítimas e 120 feridos após um "bombardeio aéreo massivo" israelense realizado perto do campo de refugiados de Al-Mawasi, que acolhe centenas de milhares de pessoas deslocadas.

Segundo o grupo fundamentalista islâmico Hamas, a nota atualiza o balanço "sobre o terrível massacre da ocupação israelense".

O jornal "Yisrael Hayom", citado pelo "Times of Israel", citando um "relatório" não especificado, afirmou inicialmente que o alvo do ataque israelense na área de al-Mawasi era o líder do Hamas, Mohammed Deif, comandante da ala militar do grupo.

Entretanto, a Rádio do Exército, citando três fontes da defesa, informou que o alvo era "muito significativo" e que os resultados não eram imediatamente claros. Além disso, outra figura visada era Rafaa Salameh, comandante da Brigada Khan Yunis.

Um porta-voz militar anunciou que os dois estavam "em um complexo civil que o Hamas tinha cercado com árvores, numa área aberta, com pequenos edifícios, que tem uma estrutura baixa e galpões para que os terroristas pudessem circular com segurança".

De acordo com os relatos, os agentes do Hamas que protegeram o complexo também ficaram feridos. Os militares israelenses esclareceram ainda que "não se trata das tendas de pessoas deslocadas internamente" e enfatizaram que "o ataque foi preciso e teve como alvo apenas o complexo do Hamas" e não a zona humanitária.

"Aviões de combate foram usados, atingindo vários pequenos alvos diferentes no mesmo complexo cercado pelo Hamas", acrescentaram.

A inteligência militar israelense e o exército estimam atualmente que Deif ficou "gravemente ferido" no ataque, enquanto que a televisão saudita 'Al Hadath', que cita fontes não especificadas, disse que Salameh foi morto. Até o momento, porém, não há confirmação oficial.

Por sua vez, um alto representante do Hamas definiu o fato de o ataque israelense ter atingido Deif como "absurdo". "Todos os mártires são civis e o que aconteceu foi uma grave escalada na guerra genocida, apoiada pelos Estados Unidos e pelo silêncio do mundo", explicou Abu Zuhri.

Para o representante do Hamas, o ataque mostra que Israel não quer um acordo de cessar-fogo.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi atualizado "sobre todos os acontecimentos e continuará a receber notícias regulares", divulgou seu gabinete, lembrando que ele "deu uma diretiva permanente para eliminar altos funcionários do Hamas" ainda no início da guerra.

Segundo o governo, Netanyahu "realizará uma avaliação da situação com todas as forças de segurança para discutir os próximos desenvolvimentos e passos". (com Ansa)