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França: desafiante Le Pen diz que vitória foi 'apenas adiada'
Por JB INTERNACIONAL com Reuters
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Publicado em 07/07/2024 às 16:02
Alterado em 07/07/2024 às 17:51

A líder do partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), Marine LePen, cujo partido está a caminho de ficar em terceiro lugar nas eleições parlamentares, disse que o resultado se deve à votação tática da esquerda.
As projeções dos institutos de pesquisa com base nos primeiros resultados mostraram que o RN ficou atrás da coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e do campo centrista do presidente Emmanuel Macron, embora o RN estivesse liderando as pesquisas na preparação para a votação deste domingo.
LePen disse que viu as sementes da vitória futura no resultado. "Nossa vitória foi apenas adiada", disse ela à TV TF1. Macron estava agora em uma "situação insustentável", concluiu.
'Le Figaro'
O Figaro, o jornal diário mais antigo da França, titulou que o partido de extrema direita Reunião Nacional "fracassou, a esquerda se impõe a Macron".
Capa do Figaro Foto: reprodução
'A vontade do povo deve ser rigorosamente respeitada' - Líderes políticos reagem
JEAN-LUC MÉLENCHON, PARTIDO DE EXTREMA-ESQUERDA DA FRANÇA
"A vontade do povo deve ser rigorosamente respeitada. Nenhum acordo seria aceitável. A derrota do presidente e de sua coalizão está claramente confirmada. O presidente precisa aceitar sua derrota.
"O primeiro-ministro tem de sair. O presidente deve convidar a Nova Frente Popular para governar."
JORDAN BARDELLA, PARTIDO DE EXTREMA-DIREITA REUNIÃO NACIONAL
"Digo esta noite com gravidade que privar milhões de franceses da possibilidade de ver suas ideias levadas ao poder nunca será um destino viável para a França.
"Esta noite, ao tentar deliberadamente paralisar as nossas instituições, Emmanuel Macron não se limitou a empurrar o país para a incerteza e a instabilidade, privou o povo francês de qualquer resposta às suas dificuldades cotidianas durante muitos meses.
"Em meio a uma crise de poder de compra, com a insegurança e a desordem atingindo duramente o país, a França está privada de uma maioria, de um governo para agir e, portanto, de um curso claro para mudar a França."
GERALD DARMANIN, MINISTRO DO INTERIOR, FIGURA-CHAVE NO CAMPO CENTRISTA DE MACRON
"Observo que, hoje, ninguém pode dizer que ganhou esta eleição legislativa, especialmente o ministro Mélenchon."
RAPHAEL GLUCKSMANN, PARTIDO SOCIALISTA
"Estamos à frente, mas estamos em um parlamento dividido (...) então vamos ter que agir como adultos.
"Vamos ter que conversar, discutir, dialogar... O equilíbrio de poder mudou no parlamento... e haverá uma mudança fundamental de cultura política."
OLIVIER FAURE, PARTIDO SOCIALISTA
"Temos que fazer o máximo para reunir o país. O RN tinha feito a escolha de dividir os cidadãos franceses uns dos outros. Temos que restaurar o país de forma clara e a Nova Frente Popular deve assumir a liderança neste novo capítulo da nossa história".
O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, disse que renunciará
Attal disse que apresentaria sua renúncia ao presidente Macron nessa segunda-feira e que seu campo político não tinha maioria.
Ele também disse que a extrema direita não pode formar maioria absoluta após as eleições deste domingo e que a França está embarcando em uma nova era.