MUNDO

UE pede investigação independente sobre valas comuns em Gaza

Centenas de corpos foram achados nos dois principais hospitais

Por JB INTERNACIONAL
[email protected]

Publicado em 24/04/2024 às 09:00

Alterado em 24/04/2024 às 09:38

Diversos corpos foram retirados dos hospitais Foto: Ansa/AFP

A Comissão Europeia pediu nesta quarta-feira (24) uma "investigação independente" sobre as valas comuns descobertas nos dois principais hospitais da Faixa de Gaza.

Em coletiva de imprensa, o porta-voz do executivo da UE, Peter Stano, afirmou que todos estão "profundamente preocupados" com a situação e "apela a uma investigação independente sobre todas as suspeitas e todas as circunstâncias".

Segundo ele, "tudo isto cria a impressão de que todos podem cometer violações dos direitos humanos internacionais".

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nessa terça-feira (23) uma investigação internacional sobre o caso.

Em comunicado, o alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse estar "horrorizado" com a destruição do hospital Al Shifa em Gaza e do complexo médico Nasser em Khan Yunis.

Além disso, destacou a necessidade de "investigações independentes, eficazes e transparentes" tendo em vista o "clima de impunidade prevalecente".

"Os hospitais têm uma proteção muito especial ao abrigo do direito internacional humanitário", destacou ele, reforçando que a morte de civis, detidos e outras pessoas à margem dos combates "é um crime de guerra".

Segunda-feira (22), a Defesa Civil de Gaza anunciou que autoridades palestinas encontraram mais de 200 corpos em valas comuns em Khan Yunis, depois dele ter sido abandonado pelas tropas israelenses. Centenas de outros cadáveres também teria sido achados nos arredores do hospital Al Shifa.

Segundo a porta-voz de Turk, Ravina Shamdasani, a ONU sentiu a "necessidade de dar o alarme porque claramente foram descobertos vários corpos".

"Alguns deles tiveram as mãos atadas, o que, claro, indica graves violações do direito internacional dos direitos humanos e do direito humanitário internacional, e estes precisam de ser submetidos a investigações mais aprofundadas", acrescentou ela.

Até o momento, o Exército israelense não comentou as denúncias feitas pelas autoridades de Gaza. (com Ansa)