MUNDO

Crianças morrem de fome em Gaza, diz chefe de agência da ONU

Comissário denunciou campanha para atrapalhar ação da agência

Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 18/04/2024 às 07:08

Alterado em 18/04/2024 às 07:08

Philippe Lazzarini, comissário da ONU Foto: Reuters

O comissário geral da Unrwa, agência da ONU que dá assistência a refugiados palestinos, Philippe Lazzarini, afirmou nesta quarta-feira (17) que crianças pequenas e recém-nascidos estão morrendo de desnutrição e desidratação no norte de Gaza.

“Do outro lado da fronteira há comida e água limpa, mas é negada permissão para fornecer essas ajudas e salvar vidas humanas", disse ele, em discurso ao Conselho de Segurança da ONU.

"As crianças estão carregando o peso desta guerra. Mais de 17 mil menores estão separados de suas famílias, deixados sozinhos para enfrentar os horrores de Gaza. Devemos nos recusar a escolher entre mostrar empatia pelos palestinos ou pelos israelenses, e compaixão pelos habitantes de Gaza ou pelos reféns israelenses e suas famílias", afirmou.

Em meio a perdas de repasses de países ocidentais devido às acusações de Israel sobre a presença de colaboradores do Hamas em seu quadro de funcionários, o comissário afirmou que há uma “campanha insidiosa” para encerrar as operações da organização.

Ele pediu "uma investigação independente e responsabilidade pelo flagrante desrespeito ao status protegido dos trabalhadores humanitários nos termos do direito internacional".

Já pela União Europeia, o alto representante para Política Externa, Josep Borrell, e o comissário para Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Janez Lenarcic, divulgaram um comunicado conjunto manifestando temor pela situação no enclave palestino.

“É com grande preocupação que tomamos conhecimento das evidências cada vez mais claras da fome em curso em Gaza e da escalada da situação humanitária para um nível catastrófico. A Comissão Europeia tomou nota do compromisso de Israel em abrir novos pontos de acesso à ajuda humanitária em Gaza. No entanto, esses compromissos devem ser seguidos por ações significativas e prioritárias", afirmaram. (com Ansa)