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Em ataque atribuído a Israel, pelo menos 112 morrem em Gaza durante distribuição de comida

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Por JB INTERNACIONAL
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Publicado em 29/02/2024 às 19:08

Alterado em 01/03/2024 às 07:09

Gaza é o retrato da destruição Foto: AP Photo / Ohad Zwigenberg

Após escolas, áreas residenciais e até abrigos, as Forças de Defesa de Israel (FDI) não pouparam nesta quinta-feira (29) sequer um grupo de palestinos que esperava a distribuição de comida e outros itens de ajuda humanitária.

Pelo menos 112 pessoas morreram e outras 760 ficaram feridas após um bombardeio israelense contra palestinos que aguardavam a entrega de ajuda humanitária na região oeste da cidade de Gaza.

Principal aliado de Israel na guerra contra o Hamas, o presidente Joe Biden disse que manteve conversas com o emir do Catar, o sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, países que mediam as negociações de um cessar-fogo. "Eles também discutiram o incidente trágico e perturbador que ocorreu hoje cedo no norte de Gaza", informou a Casa Branca em comunicado.

Os líderes dos dois países árabes defenderam que o bombardeio contra a população que esperava por comida reforçou a necessidade de uma "conclusão rápida das negociações" sobre o estabelecimento de uma trégua e a libertação dos reféns. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) se limitou a dizer que o caso deve ser investigado.

Apesar da condenação, os EUA divulgaram que não há provas de que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, seja responsável por ter ordenado pessoalmente o bombardeio contra a população civil. "Não há provas disso", respondeu o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Reações internacionais contra Israel já foram tomadas imediatamente após a divulgação do elevado número de mortos. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, chegou a anunciar a suspensão da compra de todas as armas de fabricação israelense. "Pedindo comida, mais de 100 palestinos foram assassinados por Netanyahu. Isso se chama genocídio e lembra o Holocausto, embora as potências mundiais tenham dificuldade em reconhecê-lo", disse.

Anteriormente, a mídia palestina informou que Israel atacou a rua Ar-Rashid, no oeste da cidade de Gaza. Já as FDI informaram que os habitantes de Gaza roubaram caminhões que transportavam ajuda humanitária e dezenas de pessoas ficaram feridas durante a ação. Na sequência, mudou a versão e disseram que vários palestinos morreram ao serem atingidos pelas rodas dos veículos após uma "debandada".

Com isso, muitos teriam avançado em direção aos soldados israelenses, que abriram fogo. (com Sputn8k Brasil)