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Patricia Bullrich, terceira colocada nas eleições da Argentina, declara apoio a Javier Milei

Seu apoio era considerado um dos pontos cruciais para o segundo turno por conta da migração de votos, uma vez que ela angariou cerca de 24% dos votos

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 25/10/2023 às 15:47

Alterado em 25/10/2023 às 19:34

Patricia Bullrich: candidata ficou em terceiro lugar na eleição presidencial Foto: Juan Mabromata/AFP

A ex-presidenciável Patricia Bullrich, terceira colocada no primeiro turno das eleições na Argentina, anunciou, nesta quarta-feira (25), seu apoio oficial ao ultradireitista Javier Milei, frente ao peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia de Alberto Fernández. O segundo turno do pleito está agendado para o dia 19 de novembro.

Em sua declaração, a ex-candidata da coligação Juntos pela Mudança, representante da direita tradicional, afirmou que, “quando o país está em perigo, tudo é permitido”. Seu apoio era considerado um dos pontos cruciais para o segundo turno por conta da migração de votos - ela angariou cerca de 24% dos votos.

“A urgência nos desafia a não sermos neutros diante do perigo da continuidade do Kirchnerismo com Sergio Massa, o que implicaria uma nova etapa histórica sob o domínio do populismo corrupto que levaria ao declínio final”, declarou.

A ex-ministra da Segurança de Maurício Macri conversou em conferência de imprensa, após uma reunião privada que manteve com os principais representantes da Proposta Republicana (PRO), entre os quais o ex-presidente Macri, Horacio Rodríguez Larreta (prefeito de Buenos Aires) e María Eugenia Vidal (ex-governadora da província de Buenos Aires).

No discurso, Bullrich deixou claro que o apoio é dela e de seu vice, Luis Petri, e não de todos os membros da coligação Juntos pela Mudança, que já indica um racha. Há a expectativa que uma parte da coligação, contrária a Milei, possa apoiar Massa.

“Não queremos fazer um debate no Juntos pela Mudança, viemos aqui com a responsabilidade de ter tido que fazer uma eleição e a responsabilidade sobre os nossos ombros de 6 milhões e 200 mil cidadãos que votaram em nós”, acrescentou.

A ex-candidata revelou que teve uma reunião com Milei antes de tomar a decisão: “Nós nos perdoamos”. Embora tenha evitado dar detalhes do encontro privado, disse que houve um “perdão” em relação às expressões críticas feitas na campanha.

“Conversamos sobre quais foram essas declarações e na esfera privada nos perdoamos. Hoje o país precisa que sejamos capazes de perdoar uns aos outros”, acrescentou.

Questionada se este apoio implicava um acordo para integrar um eventual governo do 'libertário', como se descreve Milei, a terceira colocada respondeu: “Aqui não há pacto, acordo ou diálogo co-governamental. Se o Kirchnerismo vencer, o Juntos pela Mudança será completamente dissolvido, porque já conhecemos as práticas de pressão, extorsão e ingovernabilidade a que tentam conduzir as províncias e municípios”, acrescentou Bullrich.

Durante a campanha eleitoral na Argentina, Patricia Bullrich ficou conhecida como "candidata da lei e da ordem", por defender ideias como aumentar penas para menores de idade que cometem crimes e alterar a idade em que as pessoas são consideradas imputáveis.

Ex-ministra de Segurança do ex-presidente Mauricio Macri, ela iniciou a carreira política como militante de esquerda, foi se deslocando para a direita ao longo dos anos, até se tornar ministra de Macri.

Milei comemora apoio

Após o anúncio de Bullrich, Javier Milei publicou em sua conta no Twitter um desenho de um leão - como ele gosta de se definir - abraçando um pato - em referência ao apelido em espanhol para Patrícia.