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Egito abre a fronteira, e os primeiros 20 caminhões com ajuda humanitária entram em Gaza

Comboio representa menos de um décimo dos mais de 200 caminhões que aguardam para levar toneladas de alimentos, medicamentos e outros insumos médicos

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 21/10/2023 às 10:44

Alterado em 21/10/2023 às 12:04

Vista aérea de um comboio com ajuda humanitária para entrar em Gaza, via Egito, em 21 de outubro de 2023 Foto: Mohammed Abed/AFP

Ainda era de madrugada no horário de Brasília quando os primeiro 20 caminhões cruzaram a fronteira do Egito via passagem de Rafah para levar ajuda humanitária para os milhões de palestinos que vêm sendo bombardeados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) na Faixa de Gaza. Logo após a passagem, a fronteira foi fechada novamente. Esse é o único ponto de entrada em Gaza não controlado pelo governo israelense.

O comboio que entrou na área mortífera representa menos de um décimo dos mais de 200 caminhões que aguardam para levar toneladas de alimentos, medicamentos e outros insumos médicos, conforme informou o jornal "Times of Israel". Os veículos pesados passaram pelo controle limítrofe do território palestino com grandes bandeiras egípcias presas às cabines.

O chefe humanitário da Organização das Nações Unidas, Martin Griffiths, reforçou que o comboio liberado neste sábado não pode ser o último: "Estou confiante de que esta entrega será o início de um esforço sustentável para fornecer suprimentos essenciais ao povo de Gaza", afirmou.

O território palestino, no qual vivem 2,4 milhões de pessoas em condições bastante difíceis, aguarda há dias a chegada de ajuda humanitária. Desde o dia 9 de outubro, em retaliação ao ataque do Hamas no dia 7, Israel bloqueou o fornecimento de água, eletricidade, comida e combustível à região.

Na quarta-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, responsável por costurar o acordo, mas ao mesmo tempo por municar Israel, confirmou a ajuda, "desde que os suprimentos não sejam apreendidos pelo Hamas". Em visita ao Egito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que o tempo urge.

“Esses caminhões não são só caminhões, são salva-vidas, representam uma diferença de vida ou morte para tanta gente em Gaza”, declarou.

Ao menos 4.137 pessoas morreram na Faixa de Gaza nos bombardeios lançados diariamente por Israel após o ataque do Hamas em 7 de outubro, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou na última quinta-feira que o número total de deslocados no enclave, do Norte para o Sul, como ordenou Israel, pode ter chegado a um milhão.

E quem sai?

A expectativa é que nas próximas horas também comece a passagem dos cidadãos estrangeiros que estão na Faixa de Gaza para o território egípcio, que se ensaia já há uma semana - desde sábado passado (14) uma aeronave presidencial da Força Aérea Brasileira (FAB) aguarda no Cairo para repatriar 22 cidadãos brasileiros, além de três palestinos com residência no Brasil e três imigrantes palestinos.