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Após pressão internacional, Israel libera água para o Sul de Gaza; ajuda humanitária segue proibida

Corte fez parte do cerco total montado pelos israelenses como resposta ao ataque do Hamas; medida é proibida pelo direito internacional

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 15/10/2023 às 16:19

Alterado em 15/10/2023 às 16:55

Israel bloqueou fornecimento de água, comida, eletricidade e combustível em Gaza Foto: Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Após pressão internacional, Israel confirmou, neste domingo (15), ter retomado a distribuição de água no sul da Faixa da Gaza (para onde o Estado Judeu ordenou que os palestinos fugissem). O acordo foi alcançado entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O objetivo, conforme explicou o ministro israelense da Energia, Israel Katz, é "empurrar a população civil para o Sul da Faixa".

A distribuição de água, energia, comida, gás e combustível para a região foi interrompida em 9 de outubro, quando o governo de extrema-direita de Netanyahu decretou um “cerco total” à já combalida região, dois dias após ataque sem precedentes do Hamas ao país. Na quinta-feira (12), Katz havia declarado que o bloqueio seria mantido até a libertação de reféns pelo Hamas. Somente a água foi liberada até o momento.

O anúncio da retomada, conforme citado, ocorre apenas no Sul da Faixa, em cidades como Rafah e Khan Younes, onde milhares de civis - sendo 22 cidadãos brasileiros, três palestinos com residência no Brasil e três imigrantes palestinos - se amontoam, numa área territorial minúscula, para tentar sobreviver. Os brasileiros, assim como outros turistas e migrantes palestinos, esbarram em uma fronteira duramente vigiada em Rafah. O apelo mundial é para a abertura de um corredor humanitário no local.

O restante da Gaza, em especial no Norte, onde as batalhas contra o Hamas se concentram, segue com certo total. No Sul, apesar do anúncio do retorno da água, não há informações sobre o fim dos demais bloqueios, de alimentos, combustíveis e energia.

Desde quando começou o cerco imposto por Israel, nenhuma ajuda humanitária é autorizada a entrar em Gaza, afirma a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA).

O ministro de Israel na ONU, Gilad Erdan, afirmou que as ajudas humanitárias da organização teriam parado na mão do Hamas e de outros grupos, os fortalecendo ao longo dos anos. O ataque aos organismos internacionais foi uma resposta à condenação pública da ordem de evacuação da Palestina.

Neste momento, Israel se prepara para uma incursão a Gaza por terra, água e ar. Uma entrada terrestre na região tende a escalar a violência no conflito. O balanço de mortos neste domingo chega a pelo menos 3.850 pessoas.

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