Brasil expressa 'pesar' por morte de ex-presidente da Itália
Giorgio Napolitano faleceu aos 98 anos de idade, em Roma
O governo brasileiro expressou "profundo pesar" pela morte do ex-presidente da Itália Giorgio Napolitano, que faleceu na última sexta-feira (22), aos 98 anos de idade, em Roma.
"Estadista de grande porte, Giorgio Napolitano foi o primeiro presidente da Itália a ser reeleito, em 2013. Sua contribuição para as relações internacionais foi marcada pela defesa dos direitos humanos e pelo compromisso com o multilateralismo", diz um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
"O governo brasileiro expressa condolências ao povo e ao governo italianos, bem como aos familiares e amigos do falecido presidente e senador emérito da Itália", acrescenta a nota.
Napolitano foi o 11º presidente na história da República Italiana e o primeiro a ser reeleito para um segundo mandato, abrindo um precedente que seria seguido por seu sucessor, Sergio Mattarella.
Ex-membro do Partido Comunista Italiano (PCI), ele chefiou o Estado entre maio de 2006 e janeiro de 2015, quando renunciou ao cargo devido à idade avançada.
Ao longo desse período, foi uma figura de garantia institucional e estabilidade em um dos momentos mais complicados da história republicana da Itália: a crise do euro, quando Napolitano pressionou pela renúncia do então premiê Silvio Berlusconi e bancou um governo técnico guiado pelo economista Mario Monti.
Ele também foi presidente da Câmara dos Deputados (1992-1994), ministro do Interior (1996-1998) e ministro da Defesa Civil (1996-1998), além de parlamentar por quase 40 anos.
Presença do papa
Começou neste domingo (24), na sede do Senado da Itália, o velório do ex-presidente Giorgio Napolitano.
Os italianos poderão prestar sua homenagem até o fim da tarde de segunda (25), enquanto o funeral - laico e com honras de Estado - será realizado na manhã de terça (26), no plenário da Câmara dos Deputados.
O velório de Napolitano já registrou as presenças de membros do alto escalão da política italiana, como o presidente Sergio Mattarella, a premiê Giorgia Meloni e os ex-primeiros-ministros Mario Monti, Paolo Gentiloni, Giuseppe Conte e Mario Draghi, além do papa Francisco, que apareceu de surpresa no Senado.
Enquanto o público fazia fila do lado de fora, o carro do pontífice estacionou em frente à entrada do edifício, e assistentes parlamentares correram para levar uma cadeira de rodas ao líder católico.
Uma vez dentro do Senado, o Papa se levantou para cumprimentar os familiares de Napolitano, incluindo a esposa Clio Maria Bittoni e os filhos Giovanni e Giulio.
Segundo o Vaticano, Francisco, recém-retornado de uma viagem à cidade francesa de Marselha, decidiu ir ao velório para "expressar seu afeto pessoal" à família e para "honrar o grande serviço prestado à Itália" pelo ex-presidente.
Essa foi a primeira vez na história que um pontífice entrou na sede do Senado italiano.
Napolitano foi o 11º presidente na história da República Italiana e o primeiro a ser reeleito para um segundo mandato, abrindo um precedente que seria seguido por seu sucessor, Sergio Mattarella.
Ex-membro do Partido Comunista Italiano (PCI), ele chefiou o Estado entre maio de 2006 e janeiro de 2015, quando renunciou ao cargo devido à idade avançada.
Ao longo desse período, foi uma figura de garantia institucional e estabilidade em um dos momentos mais complicados da história republicana da Itália: a crise do euro, quando Napolitano pressionou pela renúncia do então premiê Silvio Berlusconi e bancou um governo técnico guiado pelo economista Mario Monti.
Ele também foi presidente da Câmara dos Deputados (1992-1994), ministro do Interior (1996-1998) e ministro da Defesa Civil (1996-1998), além de parlamentar por quase 40 anos.
Giorgio Napolitano
Nascido em 29 de junho de 1925, Napolitano foi o 11º presidente na história da República Italiana e o primeiro a ser reeleito para um segundo mandato, abrindo um precedente que seria seguido por seu sucessor, Sergio Mattarella.
Ele chefiou o Estado entre maio de 2006 e janeiro de 2015, quando renunciou ao cargo devido à idade avançada. Napolitano também foi presidente da Câmara dos Deputados (1992-1994), ministro do Interior (1996-1998) e ministro da Defesa Civil (1996-1998), além de parlamentar por quase 40 anos.
Atualmente, era senador vitalício, cargo a que todos os presidentes eméritos da Itália têm direito.
Trajetória - Natural da capital da região da Campânia, o ex-chefe de Estado se formou em direito em 1947 pela Universidade de Nápoles com uma tese em economia política.
A relação entre Napolitano e o mundo da política teve início em meados de 1945, quando ingressou no Partido Comunista Italiano, onde foi militante e depois dirigente até a criação do Partido Democrático.
No entanto, ele já fazia parte de um grupo de jovens antifascistas em 1942.
Após participar ativamente de alguns movimentos voltados para o sul do país, Napolitano foi eleito para a Câmara dos Deputados pela primeira vez em 1953 e fez parte dela, exceto na quarta legislatura, até 1996, sempre reconfirmado no círculo eleitoral de Nápoles.
As primeiras atividades dele como parlamentar ocorreram no âmbito da Comissão de Orçamento e Participações do Estado, concentrando nos problemas de desenvolvimento do sul e nas questões da política econômica. Já na oitava (a partir de 1981) e nona (até 1986) Legislaturas, Napolitano presidiu um grupo de deputados comunistas.
Nos anos 1980, o ex-presidente também passou a se envolver nos problemas da política internacional e europeia através da Comissão de Negócios Estrangeiros da Câmara dos Deputados, bem como no desenvolvimento de múltiplas iniciativas políticas e culturais.
No âmbito internacional, Napolitano já desenvolvia desde a década passada uma vasta atividade de conferências e debates em institutos de política internacional do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Alemanha.
Napolitano, que também foi membro do Parlamento Europeu, foi eleito presidente Câmara em 1992, permanecendo no cargo até a conclusão da legislatura em abril de 1994.
Fora da vida parlamentar, o italiano seguiu na ativa no mundo da política ao assumir o comando do Ministério do Interior e da Coordenação da Proteção Civil no governo de Romano Prodi, onde ficou de 1996 a 1998.
Nos anos 2000, antes de assumir a presidência do Estado, Napolitano chefiou a Comissão dos Assuntos Constitucionais do Parlamento de Estrasburgo e a Fundação da Câmara. Além disso, foi nomeado senador vitalício em 2005 pelo então mandatário do país, Carlo Azeglio Ciampi.
Menos de um ano depois, em 10 maio de 2006, foi eleito presidente da República com 543 votos, sendo reeleito para o cargo em 2013, com 738 votos. Napolitano renunciou no mês de janeiro de 2015 em virtude de sua idade avançada. (com Ansa)